As novas tarifas do presidente Donald Trump provavelmente tornarão as importações de macacos de cauda longa, que as empresas farmacêuticas dos Estados Unidos usam para testes, 40% mais caras.
Maurício, país também conhecido como Ilhas Maurício, forneceu 60% dos primatas necessários para a pesquisa farmacêutica americana em 2023 e enviou 13.484 macacos no ano passado, de acordo com a nação insular do Oceano Índico. A taxa tarifária de Maurício, uma das mais altas da África, também pode prejudicar as vendas de açúcar e produtos têxteis, os outros dois principais produtos de exportação do país.
Os macacos mauricianos desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19, “salvando inúmeras vidas globalmente”, segundo a Associação de Criadores de Cyno do país.
A receita das vendas no ano passado totalizou US$ 86,6 milhões (R$ 511,1 mi) em comparação com US$ 20 milhões (R$ 118 mi) uma década antes, com os preços subindo para uma média de US$ 6.425 (R$ 37,9 mil) por macaco, de US$ 2.236 (R$ 13,1 mil) em 2014, disse o Ministro da Agroindústria, Arvin Boolell, aos legisladores em março.
Maurício ganha US$ 200 (R$ 1.179) com cada exportação de macaco e usa os rendimentos para iniciativas de conservação, disse o ministro antes do anúncio da tarifa dos EUA. “O valor é relativamente baixo e eu irei revisar esse valor”, afirmou Boolell.
Do ponto de vista da biodiversidade, Maurício vê os macacos de cauda longa como uma espécie invasora que também representa um perigo para as fazendas e cidadãos, de acordo com o ministro.