/ Apr 18, 2025

Conmebol investiga gesto racista de torcedor do Palmeiras – 10/04/2025 – Esporte

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) abriu um procedimento disciplinar a respeito de um gesto feito por um torcedor do Palmeiras durante a partida de sua equipe contra o Cerro Porteño, na última quarta-feira (9), pela Copa Libertadores, em São Paulo. A imagem ganhou as redes sociais, e o próprio clube alviverde prometeu providências.

O vídeo exibe torcedores do time paulistano, posicionados no setor Gol Sul do Allianz Parque, xingando os visitantes, de costas para o gramado. Um deles balança os braços para os rivais, aparentemente imitando um macaco. Fãs da agremiação paraguaia disseram ainda ter sido jocosamente chamados de “índios”.

“O Palmeiras recebeu imagens que mostram um indivíduo fazendo gestos de cunho racista em direção a torcedores do Cerro Porteño durante o jogo de ontem e, com o auxílio do sistema de biometria facial e das câmeras de vigilância do Allianz Parque, já trabalha para identificá-lo”, publicou o clube brasileiro.

“Tão logo isso ocorra, ele será bloqueado da plataforma de compra de ingressos para os jogos do clube como mandante e também excluído do Avanti, caso seja adepto do programa [de sócios-torcedores]. O alviverde ainda registrará boletim de ocorrência para a completa apuração do caso”, acrescentou o Palmeiras. “Não toleramos condutas preconceituosas, especialmente em nossa casa.”

O caso se dá pouco mais de um mês após outro episódio de racismo em partida entre Cerro Porteño e Palmeiras. Em 6 de março, em partida da Copa Libertadores sub-20, o atacante alviverde Luighi foi repetidamente alvo de injúria racial por parte de torcedores do adversário, no estádio Gunther Vogel, em San Lorenzo, no Paraguai.

O garoto deixou o campo chorando, em cena de grande repercussão. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, considerou branca a punição ao Cerro: jogos sem torcida e multa de US$ 50 mil (R$ 288 mil, na cotação da época). Ela cobrou providências da Conmebol e chegou a sugerir que o Brasil deixasse a entidade, filiando-se à Concacaf, a confederação da América do Norte.

“Seria como Tarzan sem Chita. Impossível”, respondeu o presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Domínguez. Chita é uma célebre personagem criada por Edgar Rice Burroughs, uma chimpanzé que acompanha o herói humano Tarzan em aventuras na floresta. Domínguez, criticado, pediu desculpa pela frase.

O problema do racismo é bastante recorrente nos campos da América do Sul, com múltiplos casos registrados nos últimos anos em diversas competições. Em resposta ao episódio do mês passado, a Conmebol anunciou a criação de uma força-tarefa para lidar com a questão encabeçada pelo ex-jogador brasileiro Ronaldo.

Domínguez conduziu nesta quinta (10), por videoconferência, o congresso ordinário da confederação sul-americana. Em seu discurso, celebrou a força-tarefa e afirmou que “os atos de racismo, discriminação e violência, fruto de uma sociedade deteriorada que afetam o futebol, são um grande desafio”.

“Trata-se de administrar interesses que muitas vezes vão contra nós mesmos. Conseguimos, com a vontade de todos, implementar ferramentas que são muito importantes para lidar com essas dificuldades, mas isso é algo mais profundo. Precisamos administrar, em primeiro lugar, nossos interesses gerais para manter o curso virtuoso de nossa organização”, declarou.

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