A chinesa Geely retorna ao Brasil com um modelo 100% elétrico. O SUV EX5 será lançado em julho, em uma operação desenvolvida em parceria com o grupo Renault.

A marca já esteve no Brasil com modelos a combustão: trazida no segundo semestre de 2014 pelo grupo Gandini, teve as importações interrompidas após poucos meses. Apesar disso, os representantes dizem que a imagem da empresa foi preservada.

“Pesquisas mostram que a Geely tem uma posição neutra no Brasil, não tem histórico nem positivo, nem negativo”, diz Luiz Fernando Pedrucci, CEO da Renault América Latina.

Dessa vez, a operação será bem diferente. O grupo francês, que é parceiro global da Geely, vai cuidar da logística e da rede concessionária.

“Uma das bases é o acesso ao ecossistema de distribuição e pós-venda”, afirma Pedrucci. “Haverá uma rede dedicada e alguns pontos de manutenção em conjunto, mas a jornada de clientes ocorrerá em espaços separados.”

Há possibilidade de produção nacional, a ser confirmada no complexo industrial da Renault, em São José dos Pinhais. Essa etapa, contudo, ainda depende de estudos e aprovações.

Por enquanto, a única certeza é a chegada do EX5. O SUV traz as generalidades dos modelos elétricos chineses, como os mostradores digitais distribuídos por telas grandes. A central multimídia tem 15,4 polegadas e é uma das maiores disponíveis no mercado.

Não se trata de um tão carro sofisticado como os modelos da Volvo ou da Zeekr, que também pertencem à Geely. Embora essas marcas já estejam presentes no Brasil, as operações seguem separadas, cada uma com estratégia própria e independente da Geely. Seus principais concorrentes serão modelos híbridos como o BYD Song Plus (a partir de R$ 239,8 mil).

As maçanetas do EX5 são embutidas na carroceria, saltando para fora quando as portas são destravadas. A parte mecânica traz baterias incorporadas à estrutura do carro, o que melhora o equilíbrio dinâmico do SUV e colabora com o aproveitamento de espaço.

De porte médio, o utilitário elétrico tem 4,62 m de comprimento, 2,75 m de distância entre os eixos, 1,90 m de largura e 1,67 m de altura. A autonomia é estimada em cerca de 500 km na versão equipada com bateria de 60,2 kWh, e motor tem 160 kW de potência, equivalente a 218 cv.

Na primeira fase de vendas, haverá 23 concessionárias distribuídas por 19 cidades. A meta da fabricante é chegar a 105 revendedores, e grande parte virá de grupos que representam a marca Renault.

O grupo Geely surgiu em 1986, mas só começou a produzir automóveis em 1997. Hoje, além da Volvo e da Zeekr, é também dona da Lotus. A atuação se estende por outras áreas, como produção de satélites e de aeronaves.