/ Apr 21, 2025

Internet por satélite: EUA cobram definição da UE – 15/04/2025 – Tec

Um dos principais assessores do presidente dos EUA, Donald Trump, alertou os aliados europeus que estão hesitantes em trabalhar com a Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, dizendo que eles precisam escolher entre a tecnologia dos EUA e da China.

O presidente da Comissão Federal de Comunicações, Brendan Carr, afirmou ao Financial Times que as “democracias ocidentais aliadas” precisam “se concentrar no verdadeiro inimigo de longo prazo: a ascensão do Partido Comunista Chinês”.

Seus comentários surgem enquanto governos europeus e algumas empresas europeias consideram se a Starlink é um parceiro confiável após a Casa Branca ameaçar desligar seus serviços na Ucrânia.

Aliado de longa data de Musk, Carr disse que era “lamentável” que a política influenciasse decisões de longo prazo. “Se você está preocupado com a Starlink, espere pela versão do PCC, então você ficará realmente preocupado”, disse ele.

As empresas de telecomunicações BT e Virgin Media 02, ambas do Reino Unido, estão entre as que estão testando a tecnologia da Starlink para serviços móveis ou de banda larga —embora nenhuma tenha assinado ainda um acordo completo com o provedor.

Carr já afirmou anteriormente ser a favor dos negócios de Musk nos EUA, alegando que eles foram alvos de “assédio regulatório” desde que o bilionário assumiu o Twitter em 2022. O presidente da agência também já acusou a administração de Joe Biden de discriminar a Starlink ao negar subsídios do governo dos EUA para banda larga rural.

O aliado de Trump disse que acreditava que a Europa estava em dúvida entre Washington e Pequim e alertou sobre uma “grande divisão” que se abre entre “países alinhados ao PCC e outros” em inteligência artificial e tecnologia de satélites.

O presidente da FCC —que escreveu um capítulo do Projeto 2025, o plano conservador para uma presidência republicana publicado pela Fundação Heritage de direita— comentou que os reguladores europeus tinham um “viés” contra empresas tecnológicas dos EUA.

Ele também acusou a Comissão Europeia de “protecionismo” e uma atitude “antiamericana”. “Se a Europa tem seu próprio conjunto de satélites, ótimo, acho que quanto mais, melhor. Mas, de forma mais ampla, acho que a Europa está um pouco presa entre os EUA e a China. E acho que chegou a hora de escolher”, analisou.

A Comissão Europeia divulgou que “sempre aplicou e continuará a adotar as leis de forma justa e sem discriminação a todas as empresas que operam na UE, em total conformidade com as regras globais”.

As ações de provedores de satélites europeus como Eutelsat e SES dispararam nas últimas semanas, apesar das pesadas dívidas das empresas, em resposta à comissão dizendo que Bruxelas “deveria financiar o acesso militar ucraniano a serviços que podem ser fornecidos por provedores comerciais baseados na UE”.

Especialistas da indústria alertaram que, apesar do otimismo, nenhuma rede europeia única poderia ainda competir com a oferta da Starlink.

Carr indicou que as empresas de telecomunicações europeias Nokia e Ericsson deveriam transferir mais da sua fabricação para os EUA, já que ambas enfrentam as tarifas de importação de Trump.

As duas empresas são os maiores fornecedores de equipamentos de infraestrutura de rede móvel nos EUA. O presidente da comissão disse que houve um “erro” histórico na política industrial dos EUA, o que significava que não havia uma empresa significativa do país competindo no mercado de fornecedores de telecomunicações. “Eu não gosto da situação atual em que estamos”, analisou.

Carr acrescentou que “analisaria” a concessão de aprovações regulatórias mais rápidas para as empresas em novas tecnologias caso elas se mudassem para os EUA.

No mês passado, o CEO da Ericsson, Börje Ekholm, afirmou que a companhia consideraria aumentar a fabricação nos EUA, dependendo de como as tarifas potenciais a afetariam. O fabricante sueco de equipamentos de telecomunicações abriu sua primeira fábrica nos EUA em Lewisville, em 2020.

“Já estamos aumentando [a produção nos EUA]. Precisamos de mudanças maiores? Teremos que ver”, acrescentou Ekholm.

A Nokia disse que os EUA eram a “segunda casa” da empresa. “Cerca de 90% de todas as comunicações nos EUA utilizam equipamentos da Nokia em algum momento. Temos cinco fábricas e cinco centros de processamento de dados nos EUA”, comunicou.

A Ericsson se recusou a comentar.

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