/ Apr 18, 2025

Produto chinês pagará tarifa de 245%, dizem EUA – 16/04/2025 – Mercado

Produtos chineses podem ser atingidos com uma tarifa de até 245%, informou o governo dos Estados Unidos em um documento da Casa Branca.

O valor se refere à taxa de 145% imposta por Donald Trump aos chineses somada a alíquotas de 100% que já estavam em vigor anteriormente, sobre produtos específicos.

Seringas e veículos elétricos exportados da China, por exemplo, devem receber a taxação de até 245%. Esses itens já recebiam uma taxa de 100% para entrarem nos EUA, aplicada pelo ex-presidente Joe Biden, antecessor do republicano.

A eles será adicionada a tarifa de 20% anunciada por Trump como parte do esforço para combater o tráfico de fentanil e a de 125% de tarifas recíprocas, divulgadas na semana passada, como parte do embate comercial entre os países.

O índice de 245% apareceu numa nota da Casa Branca publicada nesta terça (15), que trata da investigação sobre minerais críticos abertas com Trump. O valor provocou questionamentos de jornalistas a autoridades de Pequim sobre o que poderia ser uma nova retaliação.

Um funcionário da Casa Branca, porém, esclareceu à reportagem se tratar de uma sobreposição de tarifas. Na última terça-feira, a China suspendeu a compra de aeronaves da Boeing, em mais um lance retaliatório às tarifas norte-americanas.

As duas maiores economias do mundo têm estado em cabo de guerra desde 2 de abril, quando Trump tornou o tarifaço público. Inicialmente, a China seria taxada em 34%, além do piso básico de 10% para todas as importações que chegam aos EUA e de outras tarifas impostas ao país asiático ao longo dos últimos três meses.

Mas Pequim retaliou com tarifas da mesma magnitude, e Trump subiu a régua para 50%. A China não recuou e aumentou as taxas sobre os EUA para 84%, o que culminou em encargos de 145% por parte do governo norte-americano. O país asiático, então, aumentou a carga para 125% na sexta-feira.

Entenda a guerra tarifária em cronologia

2017 – O INÍCIO DAS TENSÕES

  • Março – Donald Trump, recém-eleito, assina decreto pedindo fiscalização mais rigorosa contra práticas de comércio desleal como dumping (nome dado à venda de produtos no mercado externo por um preço mais baixo do que o praticado no próprio país ou abaixo do custo de produção)

  • Abril – Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, lançam um plano de 100 dias para reduzir o déficit comercial americano com a China, mas as negociações fracassam

  • Agosto – EUA iniciam uma investigação oficial sobre roubo de propriedade intelectual pela China

2018 – TARIFAS E RETALIAÇÕES DIRETAS

  • Janeiro – EUA impõem tarifas de 30% sobre painéis solares (principalmente chineses)

  • Abril – China responde com tarifas sobre US$ 3 bilhões em produtos dos EUA (frutas, vinho, carne suína). Um dia depois, EUA impõem tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em bens chineses —e a China reage com o mesmo valor

  • Junho a Agosto – segue a troca de tarifas em disputas comerciais sobre tecnologia, propriedade intelectual e balança comercial que afetam em mais de US$ 250 bilhões as mercadorias chinesas e em mais de US$ 110 bilhões as importações dos EUA para a China

  • Setembro – EUA impõem tarifas de 10% sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, com previsão de aumento para 25% em janeiro de 2019

2019 – TENTATIVAS DE ACORDO

  • Maio – EUA proíbem a Huawei de adquirir componentes americanos

  • Junho – Trump e Xi concordam em retomar negociações, mas os avanços são lentos e limitados

2020 – ACORDO PARCIAL E PANDEMIA

  • Janeiro – EUA e China assinam o “Acordo da Fase Um”, com o governo americano mantendo as tarifas de 25% sobre muitos produtos industriais chineses, enquanto reduzia as tarifas de 15% sobre alguns produtos de consumo para 7,5% e cancelava algumas outras tarifas

2022 A 2024 – A DISPUTA TECNOLÓGICA SE INTENSIFICA

  • Outubro de 2022 – Joe Biden amplia restrições sobre exportações de chips e semicondutores para a China

  • Outubro de 2023 e Dezembro de 2024 – Novas rodadas de sanções tecnológicas americanas contra a China

  • Fevereiro de 2024 – Em campanha, Trump promete tarifas de 60% sobre todas as importações chinesas caso vença novamente

  • Maio de 2024 – Biden aumenta tarifas sobre veículos elétricos, células solares, aço, alumínio e equipamentos médicos vindos da China

2025 – ESCALADA SEM PRECEDENTES

A medida estabelece a revisão dos déficits comerciais dos EUA e prevê medidas como tarifas globais sobre importações

Trump anuncia a sobretaxa como resposta ao suposto fracasso da China em conter a exportação de substâncias químicas usadas na produção de fentanil

Canadá e México também são taxados em 25%. Uma alíquota adicional de 20% já havia sido imposta em fevereiro por Trump, elevando a tarifa inicial para 30%

Pequim estabelece tarifa de 15% sobre carvão e GNL dos EUA e 10% sobre petróleo, máquinas agrícolas, veículos grandes e picapes. Também restringe exportações de 25 itens de terras-raras

O governo chinês abre contestação na OMC contra tarifas impostas por Trump

O presidente americano alega que a China não fez o suficiente para conter o fluxo de drogas ilegais para os EUA. Com a tarifa anterior de 10% e a de 20% de fevereiro, o total chega a 50%

Pequim aplica tarifas de até 15% sobre produtos agrícolas como frango, soja, trigo, milho, carne e laticínios; além de 10% sobre sorgo, soja, carne suína e bovina, pescados, frutas, vegetais e laticínios.

A China é taxada em 34%, elevando o total de tarifas para 54%

Em retaliação, a China anuncia tarifa de 34% sobre produtos americanos, restrição a exportações de sete terras-raras e sanções contra quase 30 empresas dos EUA.

Trump ameaça nova elevação caso a China não recue. O total atinge 104%

A Casa Branca anunciou na noite de terça-feira (8) que aumentará as taxas para 90% do valor do pacote ou a cobrança fixa que subirá de US$ 75 para US$ 150 (de R$ 456,15 para R$ 912,30). A tarifa entra em vigor em 2 de maio, e o aumento da taxa fixa será efetivo a partir de 1º de junho

Em resposta à tarifa americana de 104%, o Ministério das Finanças chinês impõe uma nova taxa de 84% sobre bens dos EUA

Horas depois, Trump anunciou, na sua plataforma Truth Social, o aumento das tarifas sobre a China para 125%

Em paralelo, o presidente americano pausou as tarifas recíprocas —sobretaxas com índices mais elevados— sobre todos os outros países por 90 dias e aplicará no lugar a tarifa global de 10%, na qual o Brasil está inserido

O percentual é resultado da soma da taxa anunciada por Donald Trump na quarta (9), de 125%, a uma tarifa de 20% aplicada no início deste ano.

Governo chinês diz que esse deve ser o último aumento, pois reduz a zero apetite do mercado por produtos dos EUA

  • 15 de abril – Documento da Casa Branca mostra tarifas de até 245%

Sobretaxa é cobrada de produtos chineses específicos, como carros elétricos e seringas

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