/ Apr 21, 2025

Técnicos substitutos, nossa especialidade – 21/04/2025 – Sandro Macedo

Ainda imbuído do espírito pascal (sem relação com Pedro), vamos relembrar a história do futebol cristão depois do ano 1º d.J.J. (depois de Jesus, o Jorge).

Foi naquele período, conhecido pelos infiéis como temporada de 2019 do calendário gregoriano, que fomos impactados com a fé (e a tática) dos professores estrangeiros —sim, já tivemos treinadores de terras distantes antes, mas sem o mesmo efeito religioso-boleiro provocado por Jesus, o Jorge.

Com seus 11 apóstolos rubro-negros, ou 13, ou 14, Jesus realizou alguns milagres. Há quem pense que o Flamengo simplesmente jogava melhor que o River Plate na virada na final daquela Libertadores, quando claramente o que aconteceu no jogo foi um milagre.

De lá para cá, fanáticos presidentes de clubes tentaram replicar o impacto de Jesus, e, desde então, vemos a cada ano a proliferação de técnicos estrangeiros —com destaque para Abel Ferreira 1º, no Palmeiras.

Entretanto, se os estrangeiros costumam ocupar quase metade das vagas no comando dos times da Série A (neste ano, começamos com nove gringos), os professores substitutos são uma especialidade nossa.

Isso mesmo. Na hora de “pensar a temporada” (com muitas aspas), dirigentes hereges só querem saber de estrangeiros. Não importa se é um técnico que curte o esquema posicional, que joga em transição, que é ataque-total ou defensivista, só precisa ter passaporte internacional. Mas, na hora de buscar a reposição, queremos um professor substituto local.

E o cinema já ensinou que o professor substituto pode ser sempre mais legal: em “Ao Mestre, com Carinho”, professor Sydney Poitier, além de recém-chegado, estava estreando na profissão, estilo Dunga; em “Mentes Perigosas”, Michelle Pfeiffer comandava um time barra-pesada; em “A Escola do Rock”, o professor Jack Black queria mostrar DVD para alunos, tipo Renato Gaúcho; e por aí vai.

Em 2024, Internacional, Bragantino e Vasco foram atrás de professores locais ao demitir seus estrangeiros. O São Paulo foi daquelas exceções —degolou Thiago Carpini e trouxe o argentino Zubeldía.

Neste ano, Mano Menezes, a primeira cabeça a cair no Brasileiro, nem precisará ir até a fila do seguro-desemprego. Até a conclusão desta coluna, estava praticamente fechado com o Grêmio para ser o professor substituto —no lugar de um estrangeiro. E o Flu, que degolou Mano, colocou no lugar Renato Gaúcho, o homem dos DVDs.

Santos e Corinthians também devem anunciar em breve treinadores locais para o lugar de seus gringos recém-degolados. Bem, é verdade que o Santos tentou primeiramente Sampaoli, o outro Jorge, e recebeu uma negativa.

Os perfis do Linkedin de Dorival Jr. e Tite parecem estar entre os mais acessados dos últimos dias. E assim deve ser até o fim do campeonato, substituto é coisa nossa.

Round 38 – Por Dos Cabezas

Como foi dito (mais ou menos) acima, perdemos mais duas cabeças desde a última atualização —é o perigo das duas rodadas por semana no Brasileiro. Os hermanos Gustavo Quinteros (Grêmio) e Ramón Díaz (Corinthians) podem voltar a ouvir tango em casa. Reza a lenda que o aço que cortou a cabeça de Díaz-pai e Díaz-filho foi forjado nos Países Baixos. Após as degolas, restam 16 professores na ativa desde o round 1, e está pintando goleada: Brasileiros 10 x 6 Estrangeiros.


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