/ Apr 22, 2025

Eletrobras decide acordo com governo em assembleia dia 29 – 22/04/2025 – Mercado

Em assembleia de acionistas marcada para o próximo dia 29, a Eletrobras discutirá as maiores mudanças em seu conselho de administração desde que a companhia foi privatizada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) em 2021.

No encontro, os acionistas votarão o acordo que garante maior participação do governo na administração da companhia e decidirão os representantes de acionistas privados, no primeiro pleito com disputa de candidatos desde a privatização.

A eleição vem gerando uma disputa nos bastidores, que levou a Eletrobras a publicar duas cartas em uma semana pedindo que os acionistas votem na chapa recomendada pela empresa e não em candidatos concorrentes.

Maior companhia de energia do país, a Eletrobras formalizou em março um acordo com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para encerrar ação judicial que tentava reverter a perda de influência da União em sua gestão, fruto de cláusula no estatuto que limita a participação de grandes acionistas.

Considerando fatias de bancos públicos e fundos de pensão, o governo tem 42% do capital da companhia, e o acordo feito sob mediação do STF (Supremo Tribunal Federal) lhe garantiu três vagas no conselho, em troca de desobrigar a empresa de investir na conclusão da usina nuclear Angra 3.

Os termos serão avaliados pelos acionistas nessa assembleia. Se aprovados, a União nomeará Silas Rondeau, Nelson Hubner e Maurício Tolmasquim —todos com participações relevantes na área de energia durante os governos petistas.

Os outros acionistas disputarão sete vagas restantes, pela primeira vez com nomes divergentes após a privatização. São 11 candidatos às vagas, 7 sugeridos pela empresa e 4 correndo por fora, com apoio de investidores privados.

A eleição da Eletrobras prevê 6 vagas indicados por detentores de ações ordinárias e 1 para detentores de preferenciais. Neste último caso, há dois candidatos: Pedro Batista, que tem apoio da empresa e Rachel Maia, com candidatura avulsa.

Para os outros, a Eletrobras indicou a reeleição quase todos os seus conselheiros, à exceção de Marcelo Gasparino, que foi substituído por Carlos Márcio Ferreira.

Insatisfeito com a exclusão, Gasparino se tornou um concorrente externo na disputa, com apoio do investidor Lírio Parisotto. Ele havia renunciado ao conselho de administração da Petrobras para se adequar a novas regras da Eletrobras e acabou ficando sem a vaga.

Gasparino vem travando uma batalha pública com a gestão da companhia. Questiona os argumentos da empresa para tirá-lo da lista de candidatos e chegou a ir à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para criticar o número par de conselheiros estabelecido no acordo com o governo.

Os outros concorrentes de fora da chapa são o banqueiro Juca Abdalla e Afonso Henriques Moreira Santos, expoente do setor elétrico no governo Fernando Henrique Cardoso, que tem o apoio de Abdalla. O banqueiro é alvo de restrições internas por ser também conselheiro da Petrobras.

Nas cartas divulgadas a acionistas, o presidente do conselho da Eletrobras, Vicente Falconi, diz que a chapa recomendada foi definida “em um processo estruturado e transparente de sucessão, ancorado na atuação de duas consultorias externas independentes de reconhecida reputação internacional”.

“Trata-se de um colegiado preparado, legítimo e plural, com plena capacidade de liderar a companhia diante dos desafios da descarbonização, da inovação tecnológica e da consolidação da Eletrobras como protagonista global da transição energética”, conclui.

Com remuneração prevista de R$ 118 mil por mês, a vaga no conselho da Eletrobras prevê uma série de restrições aos candidatos, com limites para participações em conselhos de, no máximo, outras três empresas —o número pode cair se o executivo presidir algum colegiado. Participações em conselhos de empresas consideradas concorrentes também ficaram mais restritas.

As mudanças levaram candidatos, além de Gasparino, a abrir mão de vagas em outros conselhos. Juca Abdalla, por exemplo, se comprometeu a deixar a Cemig, mas não quer abrir mão da Petrobras.

Caso o acordo com o governo não seja aprovado —no que a gestão da empresa não acredita—, dois dos indicados pelo governo passam a compor a lista da Eletrobras: Rondeau e Tolmasquim. Além dos dois, o governo Lula indicou o ex-ministro Guido Mantega a uma vaga no conselho fiscal.

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