Embora a Libertadores seja o carro-chefe da Conmebol (Confederação Sulamericana de Futebol), foi a Copa América que garantiu o lucro de US$ 112 milhões no ano passado, fazendo as receitas chegarem a US$ 850 milhões. É o que mostra levantamento da Sports Value com base no balanço divulgado pela confederação na semana passada.
Esse desempenho, diz a consultoria esportiva, deve-se à realização dos jogos nos EUA, onde vivem mais de 63 milhões de latinos. Os direitos de transmissão e patrocínios permitiram ao torneio um faturamento de US$ 319 milhões.
“Sem esse fator, dificilmente a Conmebol teria registrado lucro no ano passado”, disse Amir Somoggi, sócio da Sports Value, consultoria de marketing esportivo.
A Copa América nos EUA superou o recorde de vendas para o torneio, 1,4 milhão de ingressos em 2016, também realizado em estádios norte-americanos. Desta vez, foram 1,6 milhão de ingressos vendidos.
Somente a final atraiu 7 milhões de pessoas somente pelo canal Fox, o dobro da audiência da partida decisiva da Euro 2024, que ocorreu no mesmo dia. Na Univision, assistida primordialmente por hispano-americanos, foram mais de 6 milhões de telespectadores.
A fatia de cada um
O balanço da Conmebol mostra ainda que a Libertadores continua na liderança, tendo movimentado US$ 408 milhões em 2024. É esse dinheiro que remunera os clubes em grande parte, segundo Somoggi.
“Desse bolo, eles ficaram com 51% e a Conmebol com o restante. Deveriam brigar por mais e ficar com 70%”, disse.
Ainda segundo Somoggi, é incompreensível como a Libertadores perde em receitas para a Champions, a liga dos campeões da Europa.
“Não há uma diferença de PIB tão grande para explicar um faturamento dez vezes maior da Champions.”
Com Stéfanie Rigamonti
