O presidente Lula (PT) mandou demitir o presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, alvo de uma operação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) para combater um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Segundo relatos de auxiliares de Lula, a orientação foi dada ao ministro Carlos Lupi (Previdência Social) pela manhã, depois que o presidente foi informado pelos chefes da PF e da CGU sobre o teor das investigações.
Lupi chegou a dizer, em entrevista coletiva sobre o caso, que não pretendia demitir Stefanutto. Lupi afirmou que Stefanutto era um servidor que se mostrava exemplar e que não deveria “ser queimado na fogueira” sem saber antes do que estava sendo acusado, o que disse desconhecer também.
A situação, no entanto, se tornou insustentável, na avaliação de integrantes do Palácio do Planalto. O governo considera a gestão do INSS delicada, uma vez que afeta diretamente milhões de beneficiários.
Ao longo do dia, auxiliares de Lula trabalharam para divulgar a visão de que a operação da PF e da CGU era um sinal de que o governo protege aposentados e pensionistas, reduzindo o possível desgaste com o caso.
Além de Stefanutto, o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, o diretor de benefícios e relacionamento com o cidadão, Vanderlei Barbosa, o coordenador geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente e o coordenador geral de Pagamentos e Benefício também foram retirados de seus cargos.
A Folha tentou entrar em contato com Stefanutto, Oliveira Filho e Barbosa por meio da assessoria de imprensa do INSS, mas não obteve resposta.