O Banco Central prevê uma nova funcionalidade no canal Registrato para que os cidadãos brasileiros possam sinalizar que desejam suspender a abertura de novas contas bancárias em seu nome. A expectativa é que o canal esteja em funcionamento ainda neste ano.
A medida, voltada para combate a fraudes, é uma das prioridades da agenda regulatória da autoridade monetária para o biênio 2025-2026. A lista foi apresentada nesta quinta-feira (24) pelos diretores Gilneu Vivan (Regulação) e Renato Gomes (Organização do Sistema Financeiro e de Resolução) em Brasília.
O Registrato é um sistema em que o cidadão pode consultar, de graça, empréstimos e chaves Pix cadastradas em seu nome, bancos onde tem conta aberta, além de dados de compra ou venda de moeda estrangeira.
“A gente está trabalhando em um sistema que vai permitir que a pessoa entre no Registrato e diga: não quero que ninguém abra contas no meu nome. A partir dessa iniciativa do cidadão, as instituições financeiras devem consultar essa base para evitar que terceiros abram contas no nome do cidadão, sem que ele tenha autorizado”, disse Vivan.
Hoje não existe essa possibilidade dentro do canal gerido pelo BC. O cidadão poderá ativar ou desativar a opção feita no sistema a qualquer momento.
Segundo o diretor do BC, a iniciativa tem como objetivo tentar coibir fraudes no sistema financeiro. “Para prevenção a fraudes não existe uma solução, temos várias portas e muitos problemas para enfrentar. Vamos trabalhar a revisão de alguns critérios tanto para abertura como para movimentação de conta a fim de ajudar a sociedade na prevenção do uso do sistema financeiro para eventuais fraudes”, afirmou.
As tentativas de golpe financeiro contra brasileiros registraram um aumento de 17% em 2024, de acordo com um levantamento da Serasa Experian. No total, foram mais de 11,5 milhões de tentativas –número que equivale a cerca de 2,8 golpes por segundo.
A pesquisa também mostrou que, no último ano, 51% dos brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude. O uso indevido do cartão de crédito lidera o ranking das fraudes mais comuns, seguido de golpes envolvendo boletos ou Pix falsos, phishing e deepfake.
Problemas relacionados à engenharia social concentram grande parte das fraudes no Brasil. Identidade digital e segurança de documentos também são questões críticas.