Jason Citron, um dos cofundadores do popular aplicativo de chat Discord, deixou o cargo de diretor executivo da empresa na quarta-feira (23), uma significativa mudança de gestão antes da potencial oferta pública do Discord.
O novo CEO será Humam Sakhnini, um veterano de 15 anos da indústria de videogames, disse Citron em um comunicado. Sakhnini foi anteriormente vice-presidente da Activision, a editora responsável por jogos como Call of Duty e Candy Crush.
O Discord está negociando a abertura de capital para este ano, e foi avaliado por investidores privados em 2021 em aproximadamente US$ 15 bilhões. O aplicativo é especialmente popular entre gamers e possui mais de 200 milhões de usuários.
Citron permanecerá no conselho da empresa e será um conselheiro de Sakhnini, acrescentou ele no comunicado. Sakhnini ajudou a supervisionar a Activision quando a Microsoft a comprou por US$ 69 bilhões em 2023 e deixou a empresa logo após a aquisição.
Em uma entrevista à VentureBeat, uma publicação de jogos que noticiou anteriormente a mudança de gestão, Citron disse que seu perfil é “mais um construtor, um cara de estágio inicial”, e que “contratar alguém como Humam é um passo nessa direção” de uma oferta pública.
O Discord foi fundado em 2015 por Citron e Stanislav Vishnevskiy, que haviam iniciado um estúdio de videogames e inventado uma ferramenta para as pessoas se comunicarem enquanto jogavam juntas.
A empresa cresceu ao longo dos anos e se tornou especialmente popular durante a pandemia, quando o interesse em videogames atingiu o pico. Em 2021, o Discord manteve conversas com a Microsoft sobre uma aquisição na faixa de US$ 10 bilhões, embora nenhum acordo tenha sido fechado.
No ano passado, Citron testemunhou em uma audiência no Congresso sobre segurança infantil online, onde senadores o questionaram, junto com os diretores executivos da Meta, TikTok e X, sobre falhas na segurança em suas plataformas de mídia social.
No Brasil, a plataforma está sendo investigada pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de apologia à violência digital. A rede social descumpriu uma solicitação emergencial feita pelas autoridades para derrubar uma transmissão ao vivo onde eram exibidas cenas de violência para crianças e adolescentes.
O Discord ganha dinheiro principalmente com seu serviço de assinatura premium, mas nos últimos anos expandiu sua receita com publicidade e as chamadas microtransações realizadas por pessoas que usam o aplicativo.