A Volkswagen apresentou nesta quarta (23), no Salão do Automóvel de Xangai, três novos carros conceito elétricos desenvolvidos com foco no mercado chinês.
Com vendas em queda na região e pressionada pelo avanço de fabricantes locais como BYD e Geely, a montadora tenta se reposicionar com a promessa de uma nova geração de veículos.
Os modelos fazem parte da linha ID e foram batizados de Aura (sedã), Era (SUV) e Evo (crossover). Todos trazem visual futurista, recursos de inteligência artificial voltados à direção autônoma e uma linguagem de design centrada no consumidor chinês —uma estratégia que a empresa descreve como o início de um novo ciclo.
A reformulação faz parte de um plano mais amplo do grupo, que prevê o lançamento de 30 novos modelos no país asiático até 2027. Segundo a Volkswagen, os três conceitos apresentados agora devem ganhar versões de produção nos próximos anos, reforçando o compromisso da marca com o mercado chinês, que já foi seu principal motor de crescimento global.
Durante o evento, a marca alemã destacou que os novos veículos representam a aplicação de uma linguagem de design voltada à China e uma vitrine de tecnologias inteligentes de nova geração. O estande da companhia no Salão de Xangai usava o slogan “Um novo amanhecer”, em alusão ao reposicionamento da marca na região.
A tentativa de renovação, no entanto, vem em um momento de estagnação. A Volkswagen perdeu a liderança de mercado na China para a BYD e tem enfrentado dificuldades para competir com marcas chinesas que oferecem veículos elétricos mais conectados, baratos e adaptados às preferências locais.
Nos últimos anos, o domínio das montadoras chinesas no mercado doméstico se intensificou, não apenas em volume, mas também em percepção de valor e inovação tecnológica. A rápida escalada de empresas como BYD e Geely tem forçado marcas tradicionais a rever suas estratégias e acelerar o desenvolvimento de soluções regionais.
Ao lançar três conceitos 100% elétricos com sistemas de direção autônoma e estética futurista, a Volkswagen tenta reconquistar o consumidor chinês —especialmente os mais jovens, que priorizam conectividade, design e inovação. O ID. Aura, o ID. Era e o ID. Evo buscam sinalizar uma virada, mas ainda sem cronograma público para produção em larga escala.
A iniciativa integra o plano batizado internamente como “In China, for China”, um movimento que pretende descentralizar o comando do desenvolvimento de produtos, colocando mais autonomia nas operações locais.
Resta saber se esse “novo amanhecer” da Volkswagen será suficiente para interromper a perda de terreno num mercado cada vez mais competitivo. Por ora, a marca alemã amanhece vendo suas rivais chinesas, como BYD e Geely, ampliando a vantagem e ditando o ritmo da eletrificação automotiva no país.
O repórter viajou a convite da Stellantis e da GWM