O Carrefour Brasil aprovou a proposta do seu controlador, o grupo francês Carrefour, para converter a companhia brasileira em subsidiária integral, com a consequente retirada de suas ações na B3.
A AGE (assembleia geral extraordinária) para tratar do assunto foi realizada nesta sexta-feira (25). Depois de encerrarem o pregão de quinta-feira (24) cotadas a R$ 8,66, as ações do Carrefour Brasil (CRFB3) registram valorização de 0,46% nesta sexta, negociadas a R$ 8,70 às 13h.
No último dia 3, o Carrefour havia melhorado sua proposta para adquirir todas as ações em circulação da subsidiária brasileira. O grupo elevou o valor em dinheiro que pagaria por ação do Carrefour Brasil para R$ 8,50, ante a oferta anterior de R$ 7,70 apresentada em fevereiro.
Os acionistas minoritários também tiveram a opção de receber uma ação do Carrefour para cada 9,96 ações da unidade brasileira (frente a uma ação por 11 papéis oferecida antes).
A terceira opção combinava o pagamento de R$ 4,25 em dinheiro por ação do Carrefour Brasil mais uma ação do Carrefour para cada 19,92 ações da controlada brasileira (antes, a opção era R$ 3,85 em dinheiro mais uma ação francesa para cada 22 ações do Brasil).
Na ocasião, o Carrefour disse que a nova proposta refletia a “confiança contínua do grupo nas perspectivas de longo prazo do Carrefour Brasil, bem como seu compromisso em oferecer um valuation atrativo aos acionistas minoritários”.
Em entrevista à Folha em março, o presidente do Carrefour Brasil, Stephan Maquaire, disse que o fechamento de capital iria “agilizar as operações”. “Ter duas empresas de capital aberto, uma em cima da outra, em dois países diferentes, não facilita muito. Alinhar as comunicações, a estratégia entre as duas realidades, é sempre um desafio.”
O executivo comentou que, depois da compra do grupo Big, a empresa ficou mais endividada. “Se fecharmos o capital, desaparece essa problemática específica da alavancagem, vamos seguir com um nível de dívida menor que o da nossa concorrência, e isso deixa de ser um tema”, afirmou.
Por nove anos consecutivos, o grupo Carrefour –dono também das bandeiras Atacadão e Sam’s Club– mantém a liderança no varejo alimentar brasileiro, com faturamento de R$ 120,5 bilhões em 2024, segundo ranking da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
VENDAS DO 1º TRI CRESCEM 7,3%
No primeiro trimestre deste ano, o grupo somou vendas consolidadas de R$ 28,8 bilhões, com alta de 5,7% na comparação anual, puxadas mais uma vez por Atacadão (crescimento de 7,3%, para R$ 20,7 bilhões). A bandeira de atacarejo respondeu por 72% das vendas do grupo no país no intervalo entre janeiro e fevereiro.
As lojas com a bandeira Carrefour atingiram vendas de R$ 6,4 bilhões nos primeiros três meses de 2025, o que representou uma queda de 6,3% na comparação anual. Já o Sam’s Club registrou alta de 1,9% no período, para R$ 1,7 bilhão.
A operação de comércio eletrônico somou R$ 3,1 bilhões em vendas, com alta de 28,9% na comparação ano a ano. O grupo soma mil lojas no país, incluindo drogarias e postos de combustível. No primeiro trimestre, encerrou nove pontos de venda e abriu dois.
O banco Carrefour, por sua vez, faturou R$ 17,8 bilhões, com crescimento de 12,1% no intervalo.