/ Apr 25, 2025

Clima reduz safra de cana em Minas, mas área cresce 10% – 25/04/2025 – Mercado

A safra 2025/26 de cana-de-açúcar em Minas Gerais será menor que a anterior devido a problemas climáticos, como a estiagem prolongada ocorrida no ano passado e o volume de chuva abaixo da média durante a entressafra.

A estimativa é que a safra mineira chegue a 77,2 milhões de toneladas de cana moídas, o que representará redução de 7,1% em comparação com as 83,14 milhões de toneladas da safra 2024/25. O anúncio ocorreu na tarde desta sexta-feira (25) no evento de abertura da safra mineira na Usina Vale do Tijuco, em Uberaba, no Triângulo Mineiro.

O estado é o segundo maior produtor de cana do país —atrás somente de São Paulo—, posição que nos últimos anos tem sido alternada com Goiás.

Em que pesem os problemas climáticos na maior parte de 2024, Minas Gerais continua em crescimento, comprovado pelo aumento da área de cultivo, na avaliação do executivo Mário Campos, da Siamig Bioenergia (Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais).

Há uma queda prevista na produtividade agrícola de 12,5%, mas a redução da safra prevista é inferior graças ao aumento da área cultivada de cana, de 9,8%. A estimativa da Siamig é de que a área plantada seja de 1,23 milhão de hectares, ante o 1,12 milhão de hectares da safra passada.

Ainda conforme o anúncio, a previsão é a de que a maior parte da cana seja utilizada para a produção de açúcar, com 52,4% do total, ante os 47,6% previstos para o etanol, o que, se confirmado, significará uma ampliação do percentual para a fabricação do adoçante —na última safra, o açúcar representou 50,3% da cana esmagada, enquanto 49,7% da moagem virou etanol.

O setor sucroenergético em Minas Gerais tem cadeia produtiva estabelecida em 110 municípios, 28 deles com usinas para moagem de cana-de-açúcar.

A Vale do Tijuco, que sediou o evento, integra a CMAA (Companhia Mineira de Açúcar e Álcool), um dos principais grupos do setor sucroenergético do país —criado em 2006 pelo JF Citrus.

A previsão é que o faturamento da companhia chegue a R$ 3,5 bilhões neste ano, com capacidade de processamento de 10 milhões de toneladas de cana por safra.

O evento de abertura da safra mineira foi promovido pela empresa, pela Siamig e por sindicatos da indústria do açúcar e do álcool no estado.

REDUÇÃO NO CENTRO-SUL

A safra 2025/26 será menor em todo o centro-sul do país, região que concentra os principais estados produtores de cana, com produtividade ligeiramente inferior à safra anterior, e com maior destinação da matéria-prima para a produção de açúcar, em detrimento do etanol, assim como previsto em Minas Gerais.

Os dados fazem parte de um estudo do Pecege Consultoria e Projetos, produzido a partir de dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e tendo como base o cenário obtido em março —mês que antecede a abertura oficial da safra, iniciada no último dia 1º.

O estudo aponta que a safra de cana na região será de 596,963 milhões de toneladas de cana, o que representa redução de 3,45% em relação às 618,313 milhões de toneladas da safra 2024/25.

É o segundo ano previsto de queda após a produção recorde de 654,449 milhões de toneladas na temporada 2023/24. O ano agrícola da cana é contabilizado de abril a março do ano seguinte.

A consultoria Datagro também apontou que a safra atual será inferior, devido a impactos como a seca registrada em meados do ano passado e aos incêndios que atingiram lavouras no interior paulista no segundo semestre de 2024.

No caso da Datagro, porém, a previsão é de que a safra atinja 612 milhões de toneladas, 1,4% menos que as 621 milhões de toneladas da temporada 2024/25.

O jornalista viajou a convite da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu)

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