/ Apr 26, 2025

Ex-funcionária processa Adidas por racismo nos EUA – 25/04/2025 – Mercado

A Adidas está sendo processada por uma ex-funcionária nos Estados Unidos, que alega ter sido demitida ilegalmente após denunciar comentários racistas e sexistas feitos por diretores da empresa.

April Burton, que trabalhou na Ivy Park, a agora extinta colaboração da Adidas com a cantora Beyoncé, diz em processos judiciais nos EUA que um colega sênior lhe deu o apelido de “macaca”. Burton afirma que o departamento de recursos humanos da Adidas não resolveu o problema após a reclamação dela, em abril de 2022.

Além disso, Burton acrescenta que um outro executivo sênior da Adidas fez uma série de comentários inapropriados sobre Beyoncé em um evento noturno que celebrava o fim do ano financeiro da empresa, em 2023. O processo surge em meio a outras acusações de que a Adidas lida mal com o tema e minimiza incidentes de racismo na empresa.

O grupo alemão de artigos esportivos foi criticado por supostamente fechar os olhos para o comportamento inadequado de Kanye West, o rapper e estilista errático com quem fez parceria em uma linha de tênis extremamente bem-sucedida. Em 2022, a Adidas finalmente rompeu laços com West após falas antissemitas do rapper nas redes sociais provocarem indignação generalizada.

Burton está processando a Adidas por US$ 6,2 milhões em danos. A empresa disse que investigou as denúncias dela e as considerou “infundadas”, acrescentando que iria “se defender vigorosamente contra essas acusações sem fundamento”.

Burton afirma que quando reclamou ao RH sobre ser chamada de “macaca”, a empresa sugeriu que esta era uma “abreviação afetuosa” de seu nome (April) —ela era chamada de ape que, em inglês, é um dos nomes usados para se referir a macacos— e que ela precisava estar “muito certa” antes de apresentar uma queixa formal. Burton interpretou isso como uma tentativa de dissuadi-la de ir adiante com a reclamação.

Separadamente, Burton também afirma no processo judicial que Roland Auschel, então diretor de vendas da Adidas, disse a ela e sua equipe em 2023 que o corpo de Beyoncé era “ilícito”. Auschel supostamente também questionou por que o marido da cantora, o magnata do hip hop Jay-Z, não estava administrando seus negócios.

Burton diz no processo que confrontou Auschel sobre seus comentários, pedindo-lhe que não “rebaixasse a experiência das mulheres negras”, e apresentou uma queixa formal sobre seu comportamento. Ela diz que posteriormente se reuniu com líderes seniores da Adidas, incluindo o CEO Bjørn Gulden, para discutir o incidente por volta de março de 2023.

Em resposta às perguntas sobre as acusações de Burton, Auschel disse ao Financial Times que “certamente essas não foram minhas palavras, se é que elas foram ditas”.

Em 2021, Auschel foi alvo de uma investigação de conformidade, iniciada após uma série de reclamações de funcionários da Adidas. O ex-executivo da Adidas recebeu uma “advertência final” por fazer repetidamente comentários “inaceitáveis” sobre diversidade na empresa, informou o FT em 2022.

Auschel saiu da Adidas no ano seguinte e disse que o fim do contrato ocorreu “nos melhores termos”.

Burton ainda alega em seu processo que a Adidas sinalizou uma oportunidade de promoção após sua reunião com Gulden, mas em vez disso a rebaixou após o fim da colaboração Ivy Park.

Ela iniciou uma ação judicial em 2024, enquanto ainda trabalhava na Adidas, e alega em seu processo legal que foi posteriormente isolada na empresa internamente.

Burton, que ingressou na Adidas em 2020, foi demitida de seu cargo de gerente sênior de operações em fevereiro deste ano, após o que ela descreve em sua acusação como uma “investigação de fachada”.

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