A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) fechou abril em 0,43%, puxado por aumentos nos preços dos alimentos e de gastos com saúde, informou nesta sexta-feira (25) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Foi o segundo mês seguido de desaceleração após o pico de 1,23% em fevereiro. O indicador sinaliza tendências para o IPCA, que mede a inflação oficial do país e serve de referência para a condução da política monetária do BC (Banco Central).
No acumulado de 12 meses, porém, o IPCA-15 soma 5,49%, maior do que os 5,26% registrados em março, disse o IBGE.
O resultado de abril foi influenciado, principalmente, pelos grupos de Alimentação e bebidas (1,14%) e Saúde e cuidados pessoais (0,96%). Juntos, os dois grupos respondem por 88% do índice do mês, segundo o instituto.
Entre os alimentos, os preços que mais subiram no mês foram tomate (32,67%), café moído (6,73%) e leite longa vida (2,44%). A alimentação fora do domicílio (0,77%) acelerou em relação ao mês de março (0,66%) em virtude da alta do lanche (1,23%) e da refeição (0,50%).
No grupo Saúde e cuidados pessoais, tiveram grande contribuição os itens higiene pessoal (1,51%) e produtos farmacêuticos (1,04%), após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março, e plano de saúde (0,57%).
No início da semana, economistas consultados pelo BC (Banco Central) reduziram suas projeções para a inflação em 2025 para 5,57%. A previsão para 2026 se manteve em 4,5%. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, explica que o cenário baixista é ajudado por fatores como queda no preço da carne, valorização do real frente ao dólar e a perspectiva de corte no preço da gasolina, com a queda nos preços do petróleo.
Por outro lado, há fatores que podem pressionar para cima, como risco de bandeira amarela na conta de luz em dezembro, e efeitos na atividade econômica do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e do crédito consignado.
Há diferenças no período de coleta dos dados entre IPCA-15 e IPCA. No IPCA-15, o levantamento dos preços atravessa a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência. Já a coleta de preços do IPCA fica concentrada no mês de referência da pesquisa.