/ Apr 25, 2025

Rio e Niterói estimam em R$ 3,8 bi gasto com o Pan-31 – 25/04/2025 – Esporte

Rio de Janeiro e Niterói estimam em R$ 3,8 bilhões o gasto com a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2031. As cidades vão oficializar candidatura conjunta ao evento até o dia 30.

O montante se refere ao custo de operação dos Jogos com fornecedores, logística e marketing. Esse orçamento não inclui obras de infraestrutura urbana, como a linha 3 do metrô e a expansão do VLT, também prometidas como legado.

O dossiê de candidatura, obtido pela Folha, também não indica as fontes de recursos para o custeio das competições. Os comitês organizadores do evento arrecadam verbas privadas com patrocínios e venda de ingressos, mas costumam necessitar de recursos públicos como complementação.

O documento exibe uma carta do presidente Lula. Ele afirma que o governo federal, “além de garantir o respaldo financeiro, assegura que todas as estruturas de sua administração trabalharão intensamente para organizar, promover e realizar e celebrar os 21º Jogos Pan-Americanos 2031”.

O Pan-07, realizado no Rio de Janeiro, tem dívidas pendentes até hoje na Justiça. O comitê organizador das Olimpíadas de 2016, também no Rio, foi custeado com verba privada, mas precisou de ajuda emergencial do COI (Comitê Olímpico Internacional) para encerrar as dívidas com fornecedores depois de os três níveis de governo terem recusado-se a cobrir o rombo deixado pelo evento.

O dossiê de candidatura para o Pan-2031, ainda em finalização, deve ser entregue até o dia 30 de abril à Panam Sports, responsável pela definição da sede. Além das cidades brasileiras, Assunção (Paraguai) manifestou interesse em receber o evento.

O plano geral da candidatura é semelhante ao das Olimpíadas de 2016, com quatro grande áreas de competições no Rio de Janeiro: Barra da Tijuca (onde fica o Parque Olímpico), Copacabana, Deodoro e Maracanã (agora chamada de zona portuária, em razão da localização da nova Vila dos Atletas).

A diferença é a presença dos locais de competição em Niterói. A cidade vai sediar as disputas de surfe, volêi de praia, vela, basquete 3×3, handebol, escalada esportiva, esqui, caratê, levantamento de peso, lutas, patinação, pelota basca, raquetebol, rúgbi, squash, tiro com arco e triatlo.

O projeto prevê a reutilização de grande parte das estruturas que permaneceram dos Jogos de 2016. As únicas novas obras para as competições são a Arena Esportiva da Concha Acústica (já em construção) e um centro de convenções no Caminho Niemeyer, ambos em Niterói.

De acordo com o dossiê, os dois novos locais de competição “contam com um sólido plano de negócio que garante a sustentabilidade a longo prazo para o desenvolvimento esportivo e a participação da comunidade”.

Também está prevista a reforma do ginásio de Caio Martins. Haverá ainda arenas temporárias em algumas áreas, como Deodoro, onde isso já ocorreu em 2016. As demais instalações serão as já existentes.

Os principais legados urbanos prometidos no documento são a construção da linha 3 do metrô, ligando o Rio de Janeiro a Niterói, e a despoluição da baía de Guanabara, promessa não cumprida para as Olimpíadas de 2016.

A linha 3 do metrô já está inscrita como projeto a ser apoiado pelo novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Contudo, ainda depende de conclusão de projeto a ser licitado pelo governo estadual.

O fim do despejo de esgoto na baía de Guanabara está previsto para o fim 2026, de acordo com o contrato de concessão de saneamento básico assinado em 2021. No entanto, atraso na análise de projetos indica que haverá novo adiamento do cumprimento da promessa, repetida há mais de 40 anos.

O dossiê de candidatura promete a ampliação da rede de VLT e a conversão dos corredores de ônibus construídos para as Olimpíadas para o sistema sobre trilhos. Também afirma que haverá novas barcas com uso de energia limpa e ônibus elétricos para o transporte público.

As duas cidades fluminenses foram aprovadas como postulantes do país na disputa em assembleia do COB (Comitê Olímpico do Brasil) realizada em janeiro. Elas receberam o apoio de 48 dos 50 eleitores —houve um voto contrário e um em branco, em votação secreta— após São Paulo ter desistido de receber o evento.

A disputa pelo Pan-2031 reinicia um ciclo no Rio de Janeiro que começou na década de 1990 com a candidatura fracassada da cidade para sediar as Olimpíadas de 2004. Posteriormente, o município recebeu o Pan-2007, perdeu a disputa pelos Jogos Olímpicos de 2012 e venceu a briga por 2016.

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