O ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, será revitalizado. As obras começam ainda em 2025, segundo Carlos Henrique Ferreira de Araújo, coordenador de esportes do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A área externa deve ser a primeira reformada, já no segundo semestre deste ano. É planejada a pintura, a substituição de vitrais quebrados e o preenchimento de rachaduras nos anéis em verde-limão –que serão mantidos na mesma cor, assim como as colunas, que seguirão vermelhas. O teto também passará por ajustes, para corrigir goteiras e infiltrações.
O tombamento do equipamento pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), aprovado no ano passado, não permite nenhuma intervenção descaracterizando o projeto original, de 1954. “Dificulta uma modernização”, diz Araújo sobre o registro do ginásio como bem público, “mas foi um desejo de muitos, e nós [governo] apoiamos”, segue.
A revitalização interna deve ser mais lenta. Um projeto está sendo montado e, se aprovado pelo Iphan, é previsto o lançamento de um edital nos próximos meses. Já há interessados em assumir a empreitada, caso do consórcio responsável pela reforma do estádio de atletismo ícaro de Castro Melo, também no complexo do Ibirapuera.
O governo de São Paulo deve investir algum dinheiro no projeto, mas a maior parte do financiamento virá do fundo do próprio ginásio, frequentemente alugado para eventos esportivos nacionais e internacionais.
Hoje, há em caixa verba suficiente para concluir a fachada, mas não para terminar a parte de dentro, informa o coordenador Araújo. Por isso, a tendência é que o interior seja mexido gradualmente, com a revitalização ocorrendo conforme a entrada de capital.
A última reforma no ginásio, oficialmente nomeado Geraldo José de Almeida, ocorreu entre 2010 e 2011. Nos anos seguintes, ocorreram tentativas de concessão do espaço à iniciativa privada. Em 2020, o então governador João Doria chegou a apresentar um projeto prevendo que o equipamento fosse transformado num shopping.
Uma privatização do complexo do Ibirapuera não é rechaçada pelo atual Executivo paulista. Estudos estão em andamento.
Estádio de atletismo deve ser entregue em março
O Ícaro de Castro Mello, principal palco do atletismo no estado, deve ter suas obras concluídas em março de 2026. Essa é a previsão dos responsáveis pela reforma, visitada pela Folha nesta sexta (25).
Inaugurado há 70 anos, o estádio também foi reformado pela última vez entre 2010 e 2011, assim como o ginásio, o que incluiu uma pista de primeiro nível internacional.
Até 2014, ela recebeu a maioria dos principais torneios nacionais. Em 2016, a pista já não estava adequada para receber competições. Ao longo dos anos, até 2020, também os atletas migraram dali. Após a instalação de um hospital de campanha na pandemia, a pista ficou impraticável.
No início do ano passado, a Secretaria de Esporte alugou o local para um evento de drift, um tipo de corrida de carros.
A informação só veio a público quando a organizadora publicou nas redes sociais um vídeo de uma máquina retirando a manta da pista de atletismo, o que gerou forte repercussão.
Pressionada, a secretaria reagiu cancelando a corrida e criando um grupo de trabalho sobre um projeto de reforma, com a participação de entidades do atletismo, que já tinham atuado junto de atletas para impedir, em 2020, que Doria levasse adiante o projeto de concessão —que propunha pôr abaixo o estádio e transformar o ginásio do Ibirapuera em shopping center.