Em meio à transição energética em curso, as empresas Talent e X-Fleet se uniram para formar o grupo XF&T, primeira holding brasileira focada no que definem como mobilidade premium. Somadas, faturaram R$ 63 milhões em 2024.
São serviços que envolvem transporte com motorista (área de atuação da Talent) e pacotes de benefícios para executivos em que carros de luxo estão inclusos (área da X-Fleet). A frota atual tem 700 veículos, e o plano de expansão prevê chegar a 2.700 em três anos.
“Queremos entrar no mercado estruturado de crédito, visando um crescimento acelerado, e nos tornarmos uma empresa unicórnio”, diz Alexandre Mariano, sócio e CFO (diretor financeiro) da XF&T.
Um dos focos da estratégia é o aumento da oferta de modelos eletrificados em ambos os serviços. Trata-se de uma demanda dos próprios clientes, como parte de estratégias de descarbonização.
A frota de modelos oferecidos com serviço de motorista inclui opções 100% elétricas, a exemplo do sedã Mercedes EQS, que era vendido por R$ 998,9 mil. Neste momento, o modelo não aparece na lista de opções da montadora alemã.
Em comparação, o automóvel equivalente com motor a gasolina disponível no Brasil é o Mercedes AMG S 63 E Performance, anunciado no site da montadora por R$ 1,64 milhão.
Mariano explica que a demanda por veículos eletrificados começa a crescer, mas há uma clara diferença entre a aceitação das opções.
Enquanto os 100% elétricos atraem empresas que pretendem transmitir uma imagem voltada à sustentabilidade, os automóveis que fazem parte dos pacotes de benefícios para altos executivos são predominantemente híbridos com tecnologia plug-in, que permitem recargas na tomada, mas mantêm o motor a combustão.
“É o cliente que indica [sua preferência], e nós fazemos um aconselhamento diante do mercado secundário”, afirma Mariano.
Esse aconselhamento envolve a revenda futura do veículo, que geralmente é blindado. Há preocupação com a perda de valor dos modelos premium puramente a bateria, que têm apresentado baixa procura e maior depreciação no mercado de usados.
A indústria automotiva espera que a desconfiança do público seja reduzida à medida que opções com maior autonomia e custo mais atraente cheguem ao mercado, acompanhadas da infraestrutura para recarga.
“A questão do elétrico é que ainda não tem histórico no mercado. Quanto irá valer daqui a três anos?”, diz o sócio e CFO da XF&T.