Em meio a um cenário de elevação da Selic, a taxa básica de juros, a baixa renda virou o carro-chefe do mercado imobiliário graças às taxas subsidiadas do Minha Casa, Minha Vida. O segmento foi o único a ter imóveis lançados, com 14.907 empreendimentos, em janeiro deste ano. Para a média e alta renda não houve sequer um lançamento.
Isoladamente, esse desempenho garantiu às incorporadoras o melhor janeiro da última década, segundo a Fipe e a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias). O levantamento contemplou as 20 maiores empresas do ramo e que fazem parte da entidade.
Os lançamentos em janeiro deste ano, mês que costuma ser fraco, dobraram em relação ao mesmo período do ano passado, quando o Minha Casa, Minha Vida respondeu por 6.842 imóveis lançados ante os 928 destinados à média e alta renda.
No acumulado de 12 meses, de janeiro de 2024 até o mesmo mês de 2025, os lançamentos do setor imobiliário saltaram 26,4%.
Vendas
O programa social também alavancou as vendas do setor em janeiro, com 10.202 unidades vendidas, contra os 1.920 imóveis de médio e alto padrão comercializados (que já estavam em estoque).
Em janeiro de 2024, essa diferença não era tão grande: foram vendidos 8.990 imóveis pelo Minha Casa, Vida ante 3.045 de médio e alto padrão.
Em valor, essas vendas movimentaram R$ 4,1 bilhões em janeiro deste ano, um crescimento de 6,4% ante o mesmo mês de 2024. Quando os valores são corrigidos pela inflação, porém, essa diferença cai para 1,7%.
Com Stéfanie Rigamonti
