A China atribuiu nesta terça-feira (29) a decisão de suspender a compra de novos aviões da empresa americana Boeing às tarifas impostas por Washington e seu impacto no mercado de transporte aéreo internacional.
“A imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos impactou gravemente a estabilidade da cadeia industrial e de suprimentos globais”, afirmou o Ministério do Comércio chinês.
“Algumas companhias aéreas chinesas importantes e a Boeing nos Estados Unidos sofreram muito”, acrescentou um porta-voz do ministério.
As novas tarifas dos Estados Unidos alcançam 145% para diversos produtos chineses. Pequim respondeu com novas taxas de 125% sobre as importações de produtos americanos.
O CEO da Boeing confirmou na semana passada que a China parou de aceitar novos aviões devido à guerra comercial.
Em uma entrevista ao canal CNBC, o executivo Kelly Ortberg disse que seus clientes chineses “pararam de aceitar entregas de aviões devido ao ambiente tarifário” e que, se a situação continuasse, a empresa teria que vender as aeronaves para outras companhias aéreas.
A Boeing planejava entregar à China quase 50 aviões em 2025, disse Ortberg. O CEO acrescentou que a empresa “não vai esperar muito tempo” para enviá-los a outros clientes.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a China por sua decisão e afirmou que isso é um “pequeno exemplo do que a China tem feito aos Estados Unidos durante anos”.
O Ministério do Comércio chinês respondeu nesta terça-feira que “muitas empresas não conseguiram realizar suas atividades normais de comércio e investimento devido às tarifas de Trump”.
“A China está disposta a continuar apoiando a cooperação empresarial normal entre as empresas dos dois países”, afirmou o porta-voz.
Pequim “espera que os Estados Unidos possam ouvir as vozes das empresas e criar um ambiente estável e previsível para as atividades normais de comércio e investimentos”, acrescentou.