No começo de abril, a Comgás fez uma chamada pública para contratação de fornecimento de biometano, gás natural renovável produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos. Por ser intercambiável com o gás natural, pode ser transportado pela mesma estrutura de distribuição.
“Investimos continuamente em infraestrutura e tecnologia, fatores que corroboram nosso compromisso com a diversificação energética”, afirma Felipe Figueiredo, presidente da Comgás.
A empresa se tornou a maior distribuidora de biometano encanado do país ao integrar duas plantas à sua rede. Desde setembro de 2024, recebe biometano da Usina Costa Pinto, em Piracicaba. No segundo semestre de 2025, entra em operação o Aterro de Paulínia, com produção a partir de resíduos sólidos urbanos. Juntas, as unidades podem injetar até 280 mil m³/dia na rede.
Pela segunda vez, a empresa foi eleita a melhor de São Paulo na categoria de fornecimento de gás. A Comgás foi citada de forma espontânea por 34% dos entrevistados pelo Datafolha. Com mais de 23 mil quilômetros de rede, atende 96 municípios paulistas.
A companhia encerrou 2024 com 2,6 milhões de clientes, o que representa crescimento de 5,8% em relação ao ano anterior. No mesmo período, registrou lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, alta de 27,2% frente a 2023. Já os investimentos da empresa somaram R$ 1,5 bilhão em 2024, crescimento de 3,7% em relação a 2023.
Segundo a Comgás, o resultado é impulsionado principalmente pelo crescimento da base de clientes e pelo maior volume de gás distribuído ao longo do ano.
Em 2021, a companhia renovou por mais 20 anos sua concessão, que abrange o Vale do Paraíba, a região administrativa de Campinas, a região metropolitana de São Paulo e a Baixada Santista. Só na capital paulista são 7.000 quilômetros de encanamentos operados pela companhia.
Em 2024, o consumo médio de gás natural no Brasil foi de 52,5 milhões de metros cúbicos por dia, registrando um crescimento de 0,7% em relação a 2023.
Para Pedro Lyra, engenheiro civil e professor do Instituto Mauá de Tecnologia, a tendência do setor é expandir os serviços, com uma transição gradual para uma matriz mais diversificada e sustentável. “Ainda há espaço para expansão da empresa, especialmente em regiões urbanas que não têm cobertura total”, afirma.
A transição para fontes renováveis é positiva, segundo Pedro Luiz Cortês, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, mas é difícil medir o impacto real da mudança sem saber a quantidade de biometano na composição final do gás oferecido. “Se a quantidade não for muito grande no início, é importante ter um plano claro de ampliação na mistura final.”
Para Cortês, a iniciativa serve de exemplo a outras fornecedoras de gás natural. “É muito importante considerarmos outras opções que sejam renováveis e não contribuam para o aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.”
COMGÁS
34% das menções
Segunda vitória consecutiva
Seguiremos avançando com a ampliação da rede de distribuição, o que nos permitirá levar eficiência e economia a novos consumidores