A Casa Branca chamou a Amazon de “hostil” nesta terça-feira (29) depois da divulgação de que a empresa pretendia mostrar aos consumidores o preço relativo às tarifas impostas sobre produtos importados pelo presidente Donald Trump.
Segundo reportagem do Punchbowl News (site especializado em política, sediado em Washington), o plano da Amazon era detalhar o quanto a sobretaxa adiciona ao preço do produto final, ao lado do valor total do item. O plano seria implementado nas próximas semanas, conforme os efeitos das tarifas de Trump entrem em ação. Depois do comentário da Casa Branca, a Amazon negou que tivesse essa intenção.
A Temu, site gigante de comércio chinesa, já começou a mostrar aos consumidores o valor referente às taxas de importação.
Em coletiva de imprensa na manhã desta terça, para marcar os 100 dias de gestão do novo governo, a secretária de Imprensa, Karoline Leavitt, afirmou ter conversado com Trump sobre o tema e classificou a ação da Amazon como “hostil e política”, adicionando não ter ficado surpresa.
Mais tarde, um porta-voz da Amazon afirmou que a companhia havia considerado a ideia para uma parte do site, o Amazon Haul, que compete com a Temu e Shein, com preços ainda mais acessíveis. Ele disse, porém, que o plano não estava aprovado e não acontecerá.
“Equipes discutem ideias a todo o momento. Isso nunca foi aprovado e não vai acontecer”, afirmou Ty Rogers em comunicado ao New York Times.
Segundo a CNN, o comentário da gigante do comércio varejista ocorreu depois de Trump telefonar para Jeff Bezos, o dono da Amazon. O presidente teria ficado furioso. Trump e Bezos se aproximaram ao longo dos últimos meses.
Trump aplicou tarifas aos produtos chineses de 145%, sendo que a sobretaxa pode chegar a 245% no caso de seringas, por exemplo.
Jornais americanos reportaram que as maiores empresas de tecnologia e seus CEOs doaram milhões para a posse de Trump, além de organizarem festas e jantares.
Três meses depois, porém, elas devem ver pressionadas a cadeia de suprimentos dos iPhones da Apple e tornar muito mais caro para a Amazon, Meta, Google e Microsoft construírem supercomputadores para impulsionar a IA (inteligência artificial).