Os acionistas da Eletrobras aprovaram nesta terça-feira (29) o acordo para ampliar participação do governo na gestão da companhia. Em assembleia, confirmaram também a distribuição de dividendos extraordinários sobre o lucro de 2024.
O acordo estava praticamente aprovado apenas com os votos depositados por acionistas à distância, antes da assembleia. Na reunião desta terça, foi apenas confirmado. Agora, o governo passa a ter três cadeiras no conselho de administração da ex-estatal.
A maior presença na gestão da companhia é uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o início do terceiro mandato. Pelo acordo, que foi mediado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a Eletrobras deixa de ter obrigação de investir na usina nuclear Angra 3.
Para suas vagas no conselho, Lula indicou Silas Rondeau, Maurício Tolmasquim e Nelson Hubner, todos com passagens por posições relevantes no setor elétrico durante os mandatos presidenciais do PT.
Entre os demais conselheiros eleitos, cinco fazem parte da lista recomendada pela administração da empresa: Vicente Falconi, Marisete Dadald Pereira, Ana Silvia Corso Matte, Felipe Villela Dias e Carlos Ferreira. Eleito em separado por acionistas preferencialistas, Pedro Batista também conta com esse apoio.
O único candidato dissidente a conseguir uma vaga foi o banqueiro José João Abdalla, dono do banco Clássico e mais conhecido por Juca Abdalla. Sua participação na disputa era questionada, já que ele também é membro do conselho da Petrobras, mas os acionistas votaram que não há conflito.
Protagonista de embates públicos com a administração da companhia nas últimas semanas, o candidato Marcelo Gasparino não foi eleito. Ele havia renunciado ao conselho da Petrobras para se manter na Eletrobras, que tem regras mais restritas para a participação de seus conselheiros em outras empresas.
A assembleia aprovou também a distribuição de dividendos adicionais de R$ 1,8 bilhão. Com esse valor, a empresa terá distribuído R$ 4 bilhões pelo lucro da companhia em 2024, que somou R$ 10,4 bilhões. Segundo a Eletrobras, é a maior distribuição de dividendos da sua história, em percentual do lucro líquido.