/ May 01, 2025

Lula tenta destravar acordos antes de viagem para a China – 30/04/2025 – Mercado

O chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), passou os últimos quatro dias em reuniões com empresas chinesas na embaixada do Brasil, em Pequim, e na sede do Novo Banco de Desenvolvimento, em Xangai, com o objetivo de fechar acordos para o presidente Lula anunciar na visita à China, em 12 e 13 de maio.

Costa também foi à empreiteira CCCC, “uma das maiores empresas de infraestrutura do mundo”, segundo ele. A comitiva foi até o simbólico prédio da empresa, em Pequim, para se reunir não só com executivos, mas com seu presidente, Wang Tongzhou.

A CCCC responde pela construção da ponte Salvador-Itaparica, entre outras no país. Wang prometeu continuar “contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do Brasil”. Costa, segundo o relato da empresa, disse esperar que ela “promova a implementação de mais projetos marcantes”.

Mas o impasse sobre a assinatura de um novo contrato da ponte, de acordo com o governo baiano, só deve ter solução em maio. O governador, Jerônimo Rodrigues (PT), falou à imprensa baiana que pode vir com Lula ou antes para ajudar a destravar o projeto.

Além da CCCC, Costa se encontrou, ainda no prédio, com empresários chineses para apresentar a carteira de concessões de rodovias, projetando 14 neste ano. Até o final de 2026, seriam investidos US$ 50 bilhões em concessões de estradas pelo governo Lula.

Entre as empreiteiras chinesas estava a CREC2, que o ministro voltou a encontrar no dia seguinte —e que havia enviado uma comitiva ao canteiro de obras da Ferrovia de Integração Leste-Oeste, no sul da Bahia, duas semanas antes.

O trajeto ferroviário pode ser parte do futuro Corredor Bioceânico, ligando Ilhéus ao porto de Chanqay, no Peru. O projeto também enfrenta suspensão e atrasos.

Outro acordo de infraestrutura que a comitiva procurou resgatar, na viagem, foi com a SpaceSail. Desde o ano passado, o novo ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, então presidente da Telebrás, busca parcerias de compartilhamento de infraestrutura para viabilizar a empresa chinesa no Brasil.

Apesar de pouco ter avançado desde então, executivos da SpaceSail disseram a interlocutores brasileiros, na semana passada, que seguem interessados. A empresa de Xangai é vista como possível concorrente da Starlink, do americano Elon Musk, em satélites de órbita baixa para internet.

Seu CEO, Jie Zheng, que havia prometido estabelecer uma subsidiária brasileira ainda em 2024 e iniciar operações comerciais em 2026, voltou a se encontrar com Costa e a delegação brasileira em Pequim, nesta semana.

Outras parcerias foram buscadas, em tecnologia. Oscar Luo, executivo da chinesa CATL, e Gustavo Moura, da Baterias Moura, participaram de uma das reuniões. As duas empresas já têm acordo para fornecer baterias de lítio para um caminhão elétrico produzido no Brasil pela Volkswagen.

“A China é a maior produtora global de tecnologias e políticas voltadas à transição energética, e o Brasil pode avançar muito ampliando parcerias nesse segmento”, afirmou Costa em mídia social.

Também pode avançar no segmento de semicondutores. Augusto Gadelha, presidente da estatal Ceitec, reativada pelo governo Lula para produzir chips no Rio Grande do Sul, esteve num encontro com chinesas do setor, voltadas a diversas aplicações.

Houve esforços ainda para criar parcerias na indústria naval, aproximando a Petrobras e sua subsidiária Transpetro de empresas chinesas; no setor de vacinas, com a brasileira Eurofarma e a chinesa Sinovac; e de energia limpa, com as chinesas Windey e Yunda. Também com a gigante Huawei.

Procurado, Costa afirmou via assessoria que não estava falando sobre as propostas em construção porque não quer antecipar informações e para aguardar os anúncios do presidente.

No principal encontro de caráter institucional da viagem, com Zheng Shanjie, que chefia o planejamento econômico chinês como diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o ministro falou que o Brasil quer que a relação com a China “estabeleça um exemplo de cooperação para o mundo”.

Mas ele evitou comentar, mesmo sendo questionado, a declaração de Zheng de que os dois países “devem defender firmemente a estabilidade do sistema comercial multilateral e das cadeias industriais e de abastecimento globais”.

A viagem terminou com Costa, que é ex-governador e agora pré-candidato a senador pela Bahia, presenteando Dilma Rousseff, que preside o Novo Banco de Desenvolvimento e abriu as portas para as reuniões da comitiva, com uma cesta de comidas. “É da Bahia, geleia de umbu, é deliciosa”, falou.

Notícias Recentes

Travel News

Lifestyle News

Fashion News

Copyright 2025 Expressa Noticias – Todos os direitos reservados.