/ May 01, 2025

1º de Maio: Berço político de Lula tem festa após 9 anos – 01/05/2025 – Mercado

Após nove anos, a cidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, volta a ter festas nesta quinta-feira (1º) em comemoração ao Dia do Trabalho. Instituída há cem anos no Brasil, a data marca as manifestações de trabalhadores pedindo por melhores condições laborais –neste ano, uma das principais reivindicações é o fim da escala 6×1.

No ABC, o evento deixou de ser realizado após a prisão do presidente Lula (PT), em 2018. Os planos de retorno foram deixados de lado a partir da pandemia de Covid-19, em 2020. O ato é organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, berço político de Lula.

“É um motivo de alegria, porque é dia dos trabalhadores. Um movimento de festa, mas de reivindicação também”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, 58.

Questionado sobre a ausência de Lula no ato desta quinta-feira (1°), ele diz que é uma falta justificável.

“O presidente Lula tem uma agenda. Eu vi o pronunciamento que ele fez [nesta quarta-feira (30)]. É lógico que nós gostaríamos que ele estivesse aqui, mas eu entendo, porque se ele viesse aqui em São Bernardo do Campo, ele teria que ir em São Paulo, ele teria que ir em outros estados da federação onde há comemoração.”

Outros 23 sindicatos locais, segundo os organizadores, participam do evento. Grande parte do público é composta de jovens, famílias e trabalhadores. A organização do evento disse à Folha que houve um diálogo com os prestadores de serviços de transporte para ter gratuidade no transporte público e atrair mais público.

O artista plástico Denis de Oliveira Pinho, 40, afirma que costuma participar dos atos de 1° de Maio mesmo em outras cidades. Enquanto São Bernardo do Campo não celebrava a data, ele ia aos atos da capital paulista.

Segundo ele, a retomada do evento marca o fortalecimento da identidade dos trabalhadores. “Eu vejo como um movimento de insistência, de resistência. Esses eventos justamente têm a intenção de aproximar o trabalhador, com os shows e a cultura, mas sempre tem umas falas, umas intervenções políticas.”

Ele diz que a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais é a principal reivindicação do ato desta quinta. “Está muito em pauta e eu concordo, por exemplo, com o fim da escala 6×1, que chega a ser desumana e dificulta que o trabalhador possa se organizar, estudar e conviver com a família, com os amigos.”

Ele também cita a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, projeto já enviado pelo governo ao Congresso.

A aposentada Lindalva Campos, 80, diz que a bandeira do fim da escala 6×1 é um importante ponto da manifestação, especialmente pensando nas trabalhadoras.

“[Eu peço a] redução da jornada de trabalho para as mulheres trabalhadoras para que elas possam cuidar da família. As famílias estão sofrendo a falta da presença materna, do pai também, mas especialmente das mulheres”, afirma.

“Tem que ter uma jornada que permita aos trabalhadores ter um mínimo de descanso, um mínimo de participação na família e um mínimo de cidadania”, diz a ex-técnica de enfermagem de Santo André (SP).

Outras reivindicações dos atos que acontecem no ABC e em São Paulo incluem a igualdade salarial entre homens e mulheres, conforme prevê a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e lei publicada em julho de 2023, fim da carestia e menos juros com mais empregos.

“Nós queremos, por parte do governo, políticas mais agressivas em relação à indústria. A questão do valor agregado da indústria. O Brasil é importante, mas não pode somente ficar como um país que exporta commodities”, diz Selerges.

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