As ações da Azul renovaram a mínima histórica no pregão da Bolsa desta quarta-feira (30), sendo cotadas a R$ 1,47 após caírem mais 15,52%, quinta sessão seguida de perdas.
Os ativos perderam mais de 50% do valor desde a semana passada, com investidores ainda repercutindo o anúncio de aumento de capital por meio de uma nova oferta pública de ações no mercado.
Nesta quarta, a Azul anunciou que obteve financiamento adicional de R$ 600 milhões com atuais credores da companhia aérea. Segundo a empresa, o recurso adicional “fortalece a posição de liquidez após a conversão da dívida”.
Em 23 de abril, a empresa disse em fato relevante que emitiria 464 milhões de novas ações ao preço de R$ 3,58. O total levantado foi de R$ 1,66 bilhão, abaixo dos R$ 4,1 bilhões estimados na ocasião do anúncio. Os papéis da empresa já chegaram a valer cerca de R$ 60 antes da pandemia de Covid-19.
O objetivo, segundo informou a Azul em comunicado ao mercado em 14 de abril, era “obter novos recursos financeiros para a companhia, contribuindo para melhorar a sua futura estrutura de capital e aumentar a liquidez”.
“O anúncio de uma nova oferta de ações foi recebido com frustração por parte do mercado. Esse tipo de operação é entendido como um pedido da empresa por mais capital ao investidor para continuar operando, quando, na visão de muitos analistas, o papel da companhia deveria ser justamente o oposto: devolver valor ao acionista”, disse João Daronco, analista da Suno Research.
A Bolsa fechou estável nesta quarta, com variação negativa de 0,01%, aos 135.066 pontos. O dólar fechou a R$ 5,675.
A companhia anunciou fusão com a rival Gol em janeiro de 2025, ainda sujeita à aprovação. A união das duas companhias aéreas pode concentrar uma fatia de 60% do mercado doméstico de transporte aéreo de passageiros, o que exige o aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A Azul não registra lucro anual desde 2019, ao passo que a Gol está em recuperação judicial nos Estados Unidos (“Chapter 11”).