Tradicional palco esportivo de São Paulo, o ginásio do Ibirapuera receberá nesta semana as finais da Superliga de vôlei. A decisão feminina está marcada para esta quinta (1°), e a masculina ocorrerá no domingo (4).
Considerando esportes olímpicos, serão os primeiros títulos nacionais disputados no endereço desde 2012. Foram vendidos 10 mil ingressos para cada uma das datas, a lotação máxima da arquibancada.
A última vez em que o Ibirapuera recebeu uma decisão também envolveu o vôlei. Foi a mais lembrada das 11 finais de Superliga feminina entre Rio de Janeiro e Osasco. Naquela ocasião, após ter perdido os dois primeiros sets, o time carioca, liderado pela levantadora Fofão, virou o jogo e ergueu o troféu, calando a torcida da casa.
O time da Grande São Paulo estará novamente na final deste Dia do Trabalhador, contando com a força da oposto Tifanny —primeira atleta trans na história da competição. O adversário é outro paulista: o Sesi Bauru, que chega à sua primeira decisão pelas mãos de Dani Lins, levantadora campeã olímpica em Londres-2012 e favorita ao prêmio de melhor jogadora da temporada.
No masculino, o troféu fica entre o Cruzeiro, campeão do mundo em 2024, e o Campinas, que contratou Bruninho, levantador histórico da seleção brasileira, para tentar vencer seu primeiro campeonato nacional.
As finais do feriadão marcam a retomada do ginásio do Ibirapuera como um dos palcos principais do esporte brasileiro. Nos últimos anos, ele abrigou mais eventos religiosos e de entretenimento do que modalidades olímpicas.
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) diz que planeja investir na revitalização do espaço e atrair mais jogos. A valorização do Ibirapuera tem como pano de fundo a vontade de torná-lo atrativo para viabilizar uma concessão à iniciativa privada. Estudos sobre o tema estão em andamento na Secretaria Estadual de Esportes.
Tal ideia é discutida desde a década passada e chegou a seu ápice em 2020, quando o então governador João Doria chegou a apresentar um projeto prevendo que o equipamento fosse transformado em um shopping.
As reformas começarão ainda em 2025, segundo Carlos Henrique Ferreira de Araújo, coordenador de esportes do estado. A maioria do financiamento virá do fundo que administra o dinheiro que entra com os aluguéis do ginásio.
Primeiro, a área externa deve ser melhorada. Estão planejados a pintura, a substituição de vitrais quebrados e o preenchimento de rachaduras nos anéis em verde-limão –cuja cor será mantida, assim como a das colunas, vermelhas.
O tombamento do equipamento pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), aprovado no ano passado, não permite nenhuma intervenção descaracterizando o projeto original, de 1954.
A revitalização interna deve ser mais lenta. Um projeto está sendo montado e, se aprovado pelo Iphan, deverá ter um edital lançado nos próximos meses. Já há interessados em assumir a empreitada, caso do consórcio responsável pela reforma do estádio de atletismo Ícaro de Castro Melo, também no complexo do Ibirapuera.
Um desejo dos responsáveis pelo espaço é aumentar as dimensões da quadra e elevar a altura do teto a fim de atender padrões da NBA, liga de basquete norte-americana, e receber jogos. Isso, porém, esbarra no tombamento.
Estão previstos mais eventos esportivos neste ano, como um torneio mundial de tênis de mesa, na esteira do sucesso de Hugo Calderano, campeonatos de judô e de MMA. Mais jogos da Superliga, com sua próxima temporada iniciando-se no segundo semestre, também são negociados. Eles devem preencher o calendário de 2025, junto a alguns shows.