/ May 01, 2025

Goldman Sachs: busca estrangeira por ativos dos EUA cairá – 30/04/2025 – Mercado

O apetite dos investidores estrangeiros por ativos dos Estados Unidos pode diminuir, a menos que o dólar se desvalorize ainda mais, disse o economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, alertando que uma trajetória descendente é esperada mesmo na ausência de uma desaceleração econômica significativa.

“O dólar ainda está muito valorizado… Espero que os investidores estrangeiros estejam menos dispostos a continuar aumentando a participação dos EUA em seus portfólios”, disse Hatzius em uma entrevista.

Hatzius acrescentou que, embora os EUA mantenham vantagens importantes, como tendências de produtividade mais altas em comparação com a Europa, o desempenho relativo do país está começando a se desgastar, e isso provavelmente se mostrará mais claramente nos mercados de câmbio.

Os EUA têm um déficit em conta corrente de mais de um trilhão de dólares, o que significa que o país depende da demanda externa para financiar seu déficit comercial, disse Hatzius.

Porém, com a participação dos ativos dos EUA nos portfólios de investidores estrangeiros já em níveis elevados, será difícil sustentar as necessidades de financiamento sem uma desvalorização do dólar, disse ele.

O índice do dólar caiu cerca de 9% desde a posse de Donald Trump, uma vez que os planos do governo de impor tarifas sobre os parceiros comerciais abalaram os investidores e prejudicaram os mercados financeiros.

A possibilidade de contração da economia dos EUA ganhou força no mercado nos últimos meses devido às políticas protecionistas de Trump, mas Hatzius disse que o dólar deve cair mesmo sem uma recessão nos EUA.

“Se a economia desacelerar mais e o [Federal Reserve] reduzir mais a taxa de juros, isso contribuiria para o caso… mas não estou defendendo a desvalorização do dólar com base em uma previsão de recessão ou em cortes muito agressivos de juros, acho que haverá uma desvalorização do dólar mesmo que os cortes sejam relativamente moderados.”

Hatzius afirmou que o Fed poderia estar em posição de cortar a taxa de juros já na próxima semana, quando ocorrerá sua reunião de política monetária, se o banco central dos EUA não tivesse sido limitado pelo impacto inflacionário das tarifas.

“Se não fosse pelo fato de o choque negativo no crescimento estar ocorrendo juntamente com um choque positivo na inflação, eles [Fed] já estariam pensando em cortar”, disse Hatzius.

Na semana passada, as autoridades do Fed levantaram a possibilidade de o banco central dos EUA estar aberto a reduzir os juros nos próximos meses se o impacto inflacionário das tarifas for temporário.

As falas foram feitas após um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, neste mês que deixou os investidores preocupados com uma possível resistência do banco central em reduzir juros.

O Goldman Sachs já esperava uma contração no crescimento econômico do primeiro trimestre dos EUA, confirmada pelos dados divulgados nesta quarta-feira (30), mas não está projetando uma recessão para 2025, embora Hatzius tenha dito que as previsões econômicas são difíceis devido à alta incerteza contínua sobre as tarifas.

O Goldman espera que o crescimento econômico dos EUA desacelere para 0,5% no quarto trimestre, em relação ao ano anterior. O banco espera três cortes nos juros, de 0,25 pontos percentuais cada, em junho, julho e setembro.

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