/ May 02, 2025

Museu mostra como azulejo de tornou sinônimo de Portugal – 30/04/2025 – Turismo

Um casarão secular em uma praça de Estremoz, no Alentejo, guarda 800 anos de história dos azulejos em cerca de 4.500 itens do século 13 até hoje, a maior coleção privada do gênero em Portugal. É o Museu Berardo Estremoz, aberto em 2020.

A viagem pela história começa em salas dedicadas à Espanha. O nome azulejo vem do árabe ‘az-zulaich’, que significa peça de terracota vitrificada, e foi por influência oriental que esta forma de decoração chegou à Península Ibérica.

O museu destaca principalmente a produção de Sevilha, Talavera e Granada, entre os séculos 14 e 16. A maioria das peças e conjuntos expostos é colorida (o azulejo apenas azul e branco surgiria depois).


Portugal começou a produzir azulejos na segunda metade do século 16. Até então, o país era grande importador de peças espanholas. Também coloridos e de diferentes padrões, revestiam paredes de palácios e igrejas. No museu, esta fase é representada por peças com figuras de santos e narrativas religiosas.

Entre os séculos 17 e 19, Portugal se tornou o principal produtor de azulejos europeu, e as peças ultrapassaram o território do país, chegando a antigas colônias, como o Brasil, e às ilhas dos Açores e da Madeira. O final do século 17 marca o início da ascensão dos azulejos de cor azul cobalto, hoje sinônimo de Portugal. Desta vez, a inspiração foram as porcelanas chinesas.

No mesmo século, a temática religiosa começa a ser substituída por temas mais mundanos. Painéis representam cenas de galanteio, em que moças são seduzidas e até se vislumbra uma certa nudez. Também fazem parte desta fase as ‘macacarias’, cenas satíricas em que os humanos são representados por macacos ou outros animais. Nem reis eram poupados da brincadeira.

A coleção do museu ainda engloba a azulejaria da fase do Ciclo dos Mestres, do início do século 18, quando o pintor de azulejos atinge status de artista e passa a assinar as peças, e do período pombalino, que se seguiu à reconstrução de Lisboa após o grande terremoto de 1755. Nesta época, a produção se torna em série, para dar conta da decoração dos edifícios.

O museu mostra que, nos séculos seguintes, o azulejo saiu das igrejas e dos palácios e chegou primeiro às casas dos burgueses e depois à vida cotidiana, aparecendo em estações de trem e construções em geral. Surgem, então, versões mais modernas, como as de padronagem industrial, expostas nas últimas salas. A exposição ainda reserva ao visitante azulejos pintados por Salvador Dalí.

O museu está instalado no Palácio Tocha, uma residência familiar construída no século 18 por um capitão de ordenanças. Logo na entrada, uma escadaria forrada de azulejos conduz o visitante ao piso superior, onde grandes cômodos também são decorados com as peças.

Em uma sala, chamada ‘das Batalhas’, painéis de azulejos em azul cobalto reproduzem episódios da história militar portuguesa. Nos outros cômodos, a decoração se adapta a sua utilidade, como os temas de galanteio em um quarto utilizado pelas mulheres da família.

A jornalista viajou a convite de TAP Air Portugal e Turismo de Portugal

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