/ May 02, 2025

Petrobras avança em licitações para retomada de obras – 02/05/2025 – Mercado

A Petrobras avançou na retomada de seus dois principais projetos de refino, paralisados após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, a Refinaria Abreu e Lima e o antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

No primeiro caso, concluiu a licitação para três lotes de obras, por R$ 4,9 bilhões. No segundo, recebeu as propostas para seis lotes, com valor somado de cerca de R$ 14 bilhões.

Entre os líderes nas concorrências estão grandes construtoras investigadas pela Lava Jato, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, que retomaram o direito de disputar obras da estatal após acordos de leniência.

Os dois projetos foram centrais na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que deu início às investigações sobre o cartel de empreiteiras que loteava grandes obras da estatal. São hoje projetos prioritários para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para a Refinaria Abreu e Lima, a Petrobras está contratando a conclusão da segunda unidade de refino, que ampliará a capacidade dos atuais 130 mil para 260 mil barris por dia. A empresa havia cancelado uma primeira licitação por preços acima do esperado.

Na segunda tentativa, abriu o orçamento de cada pacote, com o objetivo de dar a obra à empresa ou ao consórcio que apresentasse o maior desconto. A Consag, do grupo Andrade Gutierrez, foi a vencedora nos três pacotes já abertos ao mercado.

A refinaria é vista pelo TCU (Tribunal de Contas da União) como um exemplo de “como uma ideia virtuosa e promissora pode se transformar num malogro comercial bilionário”. A estatal já gastou US$ 18 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões, pela cotação atual) no projeto.

Ao anunciar a retomada de obras ao lado do presidente Lula em janeiro de 2024, a estatal defendeu que o projeto é robusto e dará retorno positivo. Em entrevista um dia antes, a empresa disse que essa era a melhor opção, diante do avanço da obra.

No caso do Comperj, hoje chamado de Complexo de Energias Boaventura, o resultado da licitação ainda depende de negociações com os proponentes que apresentaram as melhores ofertas. Três consórcios estão nessa lista, cada um com dois pacotes de obras.

Eles são formados pelas construtoras Heftos (do grupo Azevedo Travassos) e Colares e Linhares; Montos e LCD Engenharia; e Tenenge (do grupo Odebrecht), EGTC (do grupo Queiroz Galvão) e EBC (Empresa Brasileira de Construção).

O Comperj chegou a ser desidratado no governo Jair Bolsonaro (PL), que previa a conclusão apenas de uma unidade de tratamento de gás do pré-sal, mas voltou aos planos da estatal após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A conclusão das obras foi aprovada pela Petrobras em novembro de 2023, ainda na gestão Jean Paul Prates, e as licitações foram abertas em maio de 2024. Quando anunciou a concorrência, a empresa afirmou que espera o início da operação em 2028.

O objetivo é produzir cerca 75 mil barris por dia de diesel, 20 mil barris por dia de querosene de aviação e 12 mil barris por dia de óleos lubrificantes.

Os contratos são aguardados pelo governo como uma grande oportunidade de fornecimento de bens e serviços e de geração de empregos. Só no Comperj, a Petrobras prevê cerca de dez mil postos de trabalho, que poderiam começar a ser mobilizados no fim do ano.

Procurada, a Petrobras não havia comentado o assunto até a publicação deste texto.

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