Uma caminhada pelas ruas de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, indica que a circulação de pessoas cresceu nos últimos dias. O movimento maior reflete, em parte, a expectativa pelo megashow da cantora Lady Gaga, segundo representantes do setor de turismo.
Agendado para a noite deste sábado (3), o evento turbinou as buscas por hospedagem e serviços de bares e restaurantes no bairro e em outros pontos turísticos do Rio. Supermercados também preveem alta nas vendas devido à apresentação da artista.
A ocupação média dos hotéis da capital fluminense bateu a marca de 86,6%, de acordo com dados divulgados na quarta (30) pelo HotéisRIO (Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro).
Jorge Chaves, vice-presidente da entidade, diz que o percentual tende a subir até este sábado e que a taxa já supera a registrada há um ano (83,72%), quando Copacabana recebeu o megashow de outra estrela mundial, a cantora Madonna.
Conforme o HotéisRIO, os bairros de maior destaque são Ipanema e Leblon (96,45%), Leme e Copacabana (95,63%) e Flamengo e Botafogo (87,89%), na zona sul, seguidos por Barra da Tijuca, Recreio e São Conrado (83,1%) e Centro (77,34%).
“Esses números demonstram como é benéfica a combinação de um feriado como o Dia do Trabalho e um grande espetáculo em Copacabana”, afirma Chaves.
Ele também ressalta que o desembarque de Lady Gaga gera movimentação em um um período de baixa temporada para a hotelaria. Na média histórica de maio, a ocupação ficaria na faixa de 48% a 49% sem os megashows na cidade, aponta o dirigente empresarial.
Segundo dados do Airbnb, anfitriões cadastrados na plataforma abriram seus imóveis para a hospedagem de mais de 60 mil visitantes no período do show no Rio.
A empresa também afirma que as buscas por acomodações para o fim de semana do evento aumentaram 2,5 vezes em comparação com o ano passado.
Outro setor que comemora a presença de Lady Gaga é o de bares e restaurantes. “O saldo é muito positivo. É uma celebração fora do tradicional calendário de festas que já tem o Réveillon e o Carnaval”, afirma Fernando Blower, presidente do SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes do Município do Rio de Janeiro).
“Acaba o verão, e há uma baixa. É importante que se atraia um fluxo fora de época”, acrescenta.
Blower pondera que o impacto do megashow não é sentido de maneira homogênea pelos bares e restaurantes espalhados pela cidade.
Para os estabelecimentos localizados em bairros turísticos da zona sul, o evento pode representar uma espécie de Réveillon fora de época, enquanto o efeito não tende a ser percebido em áreas mais afastadas, diz o dirigente empresarial.
Em Copacabana, os supermercados projetam aumento de até 30% nas vendas, aponta pesquisa da Asserj (Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro). Bebidas estão entre os itens mais procurados pela clientela.
A Asserj afirma que a estimativa de alta nos negócios leva em conta a semana que antecede o show de Lady Gaga até o dia do evento, na comparação com o movimento considerado normal nos estabelecimentos.
O aeroporto internacional do Galeão, o maior do Rio, prevê 363 mil passageiros entre os dias 29 de abril e 6 de maio (256 mil viajantes domésticos e 107 mil internacionais). O empreendimento deve receber 4.192 voos, considerando pousos e decolagens.
Na comparação com o mesmo período de 2024, as projeções sinalizam aumento de 26% no número de passageiros e de 19% no total de rotas, diz a concessionária RIOgaleão.
São Paulo, Buenos Aires, Recife, Porto Alegre e Vitória são as cinco principais cidades de origem dos viajantes no período analisado.
A Prefeitura do Rio disse que a apresentação de Lady Gaga deve atrair um público de cerca de 1,6 milhão de pessoas, incluindo moradores e visitantes. O município também prevê um impacto econômico de aproximadamente R$ 600 milhões.