O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta terça-feira (6) que o governo Trump pode anunciar acordos comerciais com alguns de seus maiores parceiros comerciais já nesta semana, mas não deu detalhes sobre quais países estariam envolvidos.
Ele disse que o governo está negociando com 17 grandes parceiros comerciais, mas ainda não com a China. Segundo o secretário, muitos parceiros comerciais fizeram ofertas muito boas e as autoridades de Trump estão no processo de “renegociar” essas ofertas agora.
“Espero que possamos ver uma redução substancial das tarifas que nos são cobradas, bem como das barreiras não tarifárias, da manipulação de moedas e dos subsídios, tanto de mão de obra quanto de investimento de capital”, disse ele ao Comitê de Apropriações da Câmara.
Bessent disse que cerca de 97% ou 98% do déficit comercial dos EUA é com cerca de 15 países, a maioria dos quais grandes parceiros comerciais, e que as discussões estão indo bem com muitos deles.
“Eu ficaria surpreso se não tivermos mais de 80% ou 90% desses acordos concluídos até o final do ano, e isso pode acontecer muito antes”, disse ele. “Eu acho que talvez já nesta semana estaremos anunciando acordos.”
O presidente Donald Trump já havia dito a repórteres no domingo (4) que seu governo poderia anunciar alguns acordos comerciais nesta semana, mas não deu detalhes.
Autoridades do governo sugeriram que a Índia e o Japão poderiam ser os primeiros a firmarem acordos com os EUA para reduzir as tarifas ameaçadas por Trump.
Já os comentários de Bessent sobre a falta de negociações com a China foram feitos depois de Trump ter dito, também no domingo, que não tinha planos de falar com o líder chinês Xi Jinping esta semana, mas que as autoridades americanas estavam conversando com as chinesas sobre uma série de assuntos diferentes.
Em uma entrevista à NBC News, Trump reconheceu que havia sido “muito duro com a China”, essencialmente cortando o comércio entre as duas maiores economias do mundo, mas disse que Pequim agora quer chegar a um acordo.
“Eles querem fazer um acordo. Eles querem muito fazer um acordo. Veremos como isso vai se desenrolar, mas tem que ser um acordo justo”, disse ele na época.
RECESSÃO E TETO DA DÍVIDA
Durante a mesma audiência na Câmara dos Deputados, Bessent disse que seu departamento está em “estado de alerta” em relação ao esgotamento da capacidade de empréstimo restante sob o teto da dívida federal, mas prometeu que o governo não deixará de cumprir suas obrigações de pagamento.
Bessent afirmou que acabará aumentando ou suspendendo o teto da dívida novamente, e que o governo não usará nenhum “artifício” para contorná-lo.
Diante de dados recentes que mostraram um recuo no PIB americano, Bessent defendeu que não há nada nos dados que mostre que a economia esteja em recessão, apesar da contração do primeiro trimestre.
Bessent disse que os dados econômicos estão sujeitos a revisões e que ele espera uma revisão para cima dos números do primeiro trimestre, depois de ter examinado uma análise detalhada. Ele não forneceu mais detalhes.