/ May 08, 2025

Fed mantém juros inalterados nos EUA – 07/05/2025 – Mercado

O Fed (Federal Reserve) decidiu nesta quarta-feira (7) manter a taxa de juros dos Estados Unidos na faixa de 4,25% a 4,50% pela terceira vez consecutiva. A decisão ocorre em meio à incerteza econômica induzida pelas políticas tarifárias do governo de Donald Trump e aos apelos do republicano por um corte de juros.

A manutenção da taxa era esperada pelo mercado na reunião desta quarta, uma vez que as autoridades do Fed já vinham indicando que queriam ter uma visão mais clara dos rumos da economia antes do próximo movimento na taxa de juros.

Por volta de 15h30 (horário de Brasília), o presidente do Fed, Jerome Powell, conversará com jornalistas sobre a decisão. “Esperamos que a principal mensagem da entrevista coletiva de Powell seja a de que o comitê está bem posicionado para aguardar mais clareza antes de fazer qualquer alteração na política monetária”, escreveu Michael Feroli, economista-chefe do J.P. Morgan para os EUA.

Na última reunião do Fed, em março, o comitê de política monetária americano (Fomc, na sigla em inglês) já havia dito que “a incerteza em torno das perspectivas econômicas aumentou”, sem citar diretamente as tarifas de Trump.

Na reunião de março, as autoridades diminuíram a expectativa de crescimento do PIB neste ano, aumentaram projeções para inflação e projetaram uma taxa de desemprego mais alta no fim de 2025. Powell disse à época que essas perspectivas tendem a ser uma consequência das tarifas.

De lá para cá, as políticas comerciais continuaram muito instáveis. Duas semanas depois da reunião do banco, Trump anunciou tarifas sobre a maioria dos parceiros comerciais dos EUA e acelerou uma guerra comercial com a China.

Em seguida, as tarifas recíprocas sobre a maioria dos países foram pausadas para negociações, e a tensão com os chineses continuou crescendo. Os mercados financeiros também oscilaram violentamente no intervalo entre as reuniões do banco em resposta às tarifas.

Para um banco que vem se definindo como “dependente de dados” nos últimos anos, os indicadores econômicos divulgados nas últimas semanas também ofereceram pouca previsibilidade: enquanto o PIB caiu no primeiro trimestre, a criação de empregos em abril ficou acima das expectativas e os gastos dos consumidores cresceram.

“Os dados que estão chegando não são nem bons nem ruins o suficiente para forçar o Fomc a revelar suas intenções”, escreveu Steve Englander, chefe de estratégia macro do Standard Chartered para a América do Norte. “Não fazer nada e dizer menos é provavelmente uma opção bem-vinda quando há tanta incerteza sobre as políticas fiscais e tarifárias e suas consequências econômicas e no mercado de ativos.”

Enquanto isso, a inflação, medida pelo índice PCE, que o Fed usa para definir sua meta de inflação de 2%, desacelerou em março para 2,3%, taxa mais baixa em cerca de meio ano. O resultado virou argumento para Trump, que voltou a pedir o corte da taxa de juros.

“Os consumidores esperam há anos para ver os preços caírem. SEM INFLAÇÃO, O FED DEVE BAIXAR SUA TAXA!!!”, escreveu na rede social Truth Social no dia 2 de maio. Dias depois, Trump disse que o presidente do Fed não era seu fã. “[Powell] deveria cortar os juros. E, em algum momento, vai fazer isso. Mas preferiria não fazer porque não é meu fã. Ele simplesmente não gosta de mim”, disse em entrevista à NBC News.

Investidores esperam que os juros permaneçam na faixa de 4,25% a 4,50% até a reunião do Fed em 29 e 30 de julho. A maioria dos economistas espera que o Fed afrouxe a política monetária em 2025, embora muitos não acreditem que haja evidências suficientes de fraqueza no mercado de trabalho que justifiquem uma resposta até o meio do ano.

Assim como muitas das tarifas de Trump, o impacto sobre a inflação pode não ser sentido por meses. Trump decidirá somente em julho se vai impor as tarifas mais agressivas sobre dezenas de países. Taxas finais sobre automóveis importados e outros itens também estão indefinidas.

Autoridades do Fed já vem afirmando que as tarifas devem aumentar a inflação e podem afastar o banco da meta de 2% —a questão é se esse será um aumento pontual ou o início de um problema de inflação mais persistente. A resposta pode determinar com que cuidado o Fed irá agir em termos de redução.

“Nossa obrigação é manter as expectativas de inflação de longo prazo bem ancoradas e garantir que um aumento único no nível de preços não se torne um problema de inflação contínuo”, disse Powell em um discurso em abril.

Para muitos especialistas, a política tarifária de Trump bota o banco em um dilema entre cortar as taxas para ajudar a evitar uma desaceleração econômica acentuada ou mantê-las altas para prevenir um novo surto de inflação.

Com informações Reuters, Financial Times e New York Times

Notícias Recentes

Travel News

Lifestyle News

Fashion News

Copyright 2025 Expressa Noticias – Todos os direitos reservados.