/ May 08, 2025

Braskem estuda importar gás dos EUA para reduzir custos – 08/05/2025 – Mercado

A Braskem trabalha para expandir o uso de gás natural em suas operações no Brasil, em substituição à nafta petroquímica (matéria-prima muito usada por essa indústria no país). O plano é parte de uma estratégia para reduzir custos e enfrentar um dos piores ciclos da história da indústria petroquímica.

A empresa diz dar preferência ao gás natural brasileiro, mas avalia importações dos Estados Unidos caso não encontre suprimento nacional, afirmou nesta quarta-feira (7) o presidente da companhia, Roberto Ramos.

Ele participou de cerimônia de inauguração de um terminal marítimo no México construído para importar etano dos Estados Unidos para a produção de matéria-prima para plásticos em fábrica que a empresa tem em parceria com a mexicana Idesa

O terminal permitirá a expansão das operações da fábrica, que foi inaugurada em 2016 e operava abaixo da capacidade por problemas de suprimento do insumo. “Esse projeto para nós é a liberdade, nos dá independência”, afirmou Ramos.

A estratégia de usar gás natural no Brasil tem motivação diferente: hoje, as operações brasileiras da Braskem têm a nafta como matéria-prima, o que lhe tira competitividade frente a concorrentes globais que usam o gás.

A petroquímica enfrenta hoje um ciclo de baixa de margens, com superoferta de produtos gerada pelo crescimento da capacidade nos Estados Unidos e na China, que passou a ser autossuficiente em algumas matérias-primas.

“É um ciclo realmente muito ruim para a petroquímica”, afirmou Ramos, após o evento de inauguração do terminal. Um dos riscos, diz, é a invasão do mercado brasileiro por produtos americanos e chineses.

Quanto a isso, o executivo afirma que o Brasil já adotou tarifas de importação e defende a sua manutenção. Mas, para o médio prazo, diz que a Braskem precisa implantar o plano de troca da nafta pelo gás.

Um primeiro passo nesse sentido foi dado em fevereiro, quando a empresa anunciou negociações com a Petrobras para expandir o fornecimento de etano a partir do gás do pré-sal que chega ao Rio de Janeiro após a inauguração do Complexo de Energias Boaventura.

O gás garantiria a substituição de eteno (feito a partir de nafta) em sua fábrica de polietileno em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio.

Ramos diz que os próximos desafios são encontrar gás natural para substituir nafta em suas outras operações brasileiras.

“Nós temos que aumentar a mistura de gás na nafta nos nossos fornos na Bahia e no Rio Grande do Sul, para, com isso, consumir mais gás e menos nafta, porque a nafta está em desvantagem comparativamente.”

Na falta de gás brasileiro, a empresa estuda opções de fornecimento com a importação de gás natural liquefeito ou de etano líquido, como vem fazendo para abastecer suas operações mexicanas desde que a estatal local Pemex reduziu o fornecimento.

A companhia investiu, inclusive, na compra de dois navios para o transporte de etano líquido, que vão permitir as importações do México. Serão parte de uma frota com outros navios encomendados por sua subsidiária logística.

O plano de substituição de matérias-primas começou a ser elaborado em dezembro, logo após a posse de Ramos no comando da companhia e tem como meta ter ao menos 30% de gás nas operações brasileiras.

O repórter viajou a convite da Braskem

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