O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) viralizou novamente nas redes sociais ao publicar na noite desta terça-feira (6) um vídeo em que discorre sobre o escândalo no INSS. No vídeo, ele acusa o presidente Lula (PT) de omissão enquanto argumenta que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou em 2019 a MP (Medida Provisória) 871, que protegia aposentados.
Em 24 horas, o vídeo publicado no perfil oficial do deputado no Instagram já somava 100 milhões de visualizações, além de 4,5 milhões de curtidas, 372 mil comentários e 2,5 milhões de compartilhamentos.
O deputado também critica a escolha de Carlos Lupi (PDT) para o ministério da Previdência Social, por já ter saído do governo Dilma, em 2011, em meio a outro escândalo de corrupção.
Nikolas também defende a gestão de Bolsonaro ao dizer que a MP 871 de 2019, que incluía regra para que a autorização do desconto precisasse ser revalidada anualmente, foi barrada por partidos da esquerda.
Na sua tramitação no Congresso naquele ano, a redação da medida foi alterada e levou a revalidação a ser realizada a cada três anos a partir de 2022. Em 2021, foi alterada novamente e a primeira reavaliação ficaria para 2026. O texto também foi aprovado por membros de partidos de direita.
No vídeo de seis minutos, o deputado também distorce informações ao citar a cifra de R$ 90 bilhões movimentados na fraude —o valor representa a totalidade dos empréstimos consignados liberados pelo INSS em 2023, que também entraram na mira das investigações.
O vídeo tem a mesma estética do publicado em janeiro, quando o parlamentar criticava uma suposta taxação do pix. O estilo também foi repetido no início de abril, quando ele publicou um vídeo defendendo anistia a acusados de atuarem em trama golpista de 8 de janeiro de 2023.
Nesses vídeos, ele aparece sentado em um banco, falando diretamente para a câmera, vestido blusa preta e calça jeans, ambientado por uma trilha sonora de suspense. O diferencial do viral desta terça-feira é o uso de efeito que fez o deputado aparecer com rugas e cabelo branco ao fim da publicação.
Segundo a investigação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União), descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS ganharam força a partir de 2019, no mandato do então presidente Bolsonaro, e atingiram a casa dos bilhões a partir de 2023, no terceiro mandato de Lula.
A investigação calcula que entre 2019 e 2024 foram descontados R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários, entre valores legais e ilegais.
