/ May 10, 2025

Feira do MST tem melhor abacaxi do mundo e ‘copo Stálin’ – 10/05/2025 – Cozinha Bruta

Frequento a Feira Nacional da Reforma Agrária, mais conhecida como feira do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), dede a primeira edição.

Uma coisa lá sempre me intrigou: o volume colossal de abacaxis que chegam de caminhão para serem vendidos na barraca do Tocantins.

Nunca houve problema com a oferta de abacaxis em São Paulo, por que trazê-los de Miracema do Tocantins? Já acho um pouco demais o carro que anuncia o abacaxi de Marataízes –e olha que o Espírito Santo é bem menos longe daqui do que a Ilha do Bananal.

Aí fui à feira do MST hoje, com meu filho. Passamos em frente aos abacaxis, tinha uma bandejinha com a fruta fatiada para, como se diz nos supermercados de gente besta, degustação.

Pedrão comeu um pedaço e imediatamente apontou para os abacaxis como quem diz: “Compra!”. Peguei uma fatia para mim e concordei com ele. Nunca havia comido um abacaxi tão gostoso. Trouxe dois e vou precisar visitar o Tocantins (ou esperar a próxima edição da feira) para repetir.

A feira do MST é algo excepcional. Já disse isto antes, mas acho justo repetir outra vez: é o melhor painel da alimentação do Brasil.

Deve ser bem complicado ara alguém de direita circular em meio a tantos clichês do discurso socialista, mas, se você não for um rottweiler do Bolsonaro, vai achar até divertido esse lance meio caricatural de centro acadêmico de faculdade de humanas.

A qualidade dos produtos compensa.

E não só isso: em três dias consecutivos de visita, todos os expositores com quem falei foram extremamente simpáticos, gentis e solícitos. Apesar da multidão que caminha, compra, come e bebe, não há um papel de bala jogado no chão.

Você encontra coisas que não existem em São Paulo fora desses quatro dias (a Feira Nacional da Reforma Agrária começou quinta-feira, 8/5, e vai até amanhã, dia 12, no parque da Água Branca, o mesmo do rolo da churrascaria que está sendo construída sem permissão dos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio histórico).

Segue a lista do que comprei lá, além dos dois abacaxis.

Castanha de caju do Ceará, fresca, tostada no tacho, um negócio de louco.

Salame colonial da Serra Gaúcha. Linguiça defumada goiana. Polpa de pequi, também de Goiás, para um amigo que pediu. Pimenta no tucupi, do Pará. Tucupi preto, reduzido com pimenta até ficar um lance viscoso feito piche, de Roraima. Queijo de manteiga do sertão pernambucano, com as raspas da panela.

Colorau (urucum) quase puro, já não lembro mais de onde –aquele que a gente compra aqui é quase só fubá de milho.

Café da Venezuela, parceria internacional. Duas ecobags com a bandeira do MST.

Das coisas que não comprei, as gotinhas de óleo de maconha medicinal com quantidade controlada de THC e CBD. Só que eles só vendem com receita –acreditem, eu tentei burlar e não colou.

E, melhor piada, o copo “Stanley”, tipo genérico, com a logo do MST.

Ou seria copo Stálin?

Vão lá!


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