O acordo firmado entre Estados Unidos e China para reduzir temporariamente as tarifas, anunciado nesta segunda-feira (12), não incluiu as encomendas de comércio eletrônico de baixo valor enviadas da China para os EUA, disse à Reuters uma fonte informada sobre as negociações.

Em 2 de maio, entrou em vigor a “taxa das blusinhas” da gestão Donald Trump. A medida encerrou a política que isentava de impostos todos os pacotes chineses e de Hong Kong com valor inferior a US$ 800 (cerca de R$ 4.552). Ele impôs tarifas de 120% sobre esses pacotes.

Com a ausência da questão no anúncio desta segunda, especialistas em comércio disseram que o futuro dessas encomendas é incerto.

“A lógica diz que, se você reduzir as tarifas para todo o resto, isso deve se refletir nos embarques dos pacotes de até US$ 800 porque essa é uma parte considerável das importações da China para os EUA”, disse Martin Palmer, cofundador do fornecedor de dados internacionais Hurricane Modular Commerce.

O envio de produtos isentos de impostos das fábricas chinesas para os consumidores norte-americanos ajudou a aumentar a popularidade de gigantes chineses do comércio online com Temu e Shein, que vendem uma ampla gama de produtos baratos para os EUA.

Depois que as novas regras passaram a valer, a Temu interrompeu o envio de itens de baixo custo da China para venda direta aos consumidores americanos. As vendas no marketplace americano passaram a ser realizadas por comerciantes locais, baseados nos EUA, em vez de vendedores chineses.

As ações da PDD Holdings, proprietária da Temu, subiam 7% nesta segunda após o anúncio dos cortes nas tarifas. A PDD e a Shein não responderam imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.