/ May 12, 2025

Veja vantagens e desvantagens de investir em ETFs – 11/05/2025 – Mercado

O interesse dos brasileiros pelo mercado de ETFs (Exchange Traded Funds, ou fundos de índice) cresceu no último ano.

O patrimônio total alocado nessa classe de investimentos atingiu R$ 55,5 bilhões em março, segundo dados da B3 —um aumento de 20% em relação a abril de 2024, quando estava em R$ 46,2 bilhões.

O movimento segue uma tendência ditada pelos Estados Unidos, onde o total alocado em ETFs chegou a US$ 10,3 trilhões (R$ 58 trilhões) ao fim do ano passado, de acordo com o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano).

“É um setor que tem ganhado tração no Brasil, com várias gestoras e corretoras lançando produtos em outros tipos de mercado que não só o de renda variável, como renda fixa, commodities… Nos Estados Unidos há ETF para tudo quanto é gosto, e o Brasil está acompanhando”, diz Felipe Papini, sócio da One Investimentos.

Embora possam soar complicados, os ETFs têm como objetivo simplificar a vida do investidor. A principal característica do fundo é replicar o desempenho do índice que ele se propõe a acompanhar, como o Ibovespa, no Brasil, ou o S&P 500, nos Estados Unidos.

Na prática, a rentabilidade de um ETF é a mesma do índice que ele espelha. Se o Ibovespa subiu 10% em um determinado período, por exemplo, o ETF que o acompanha também terá esse rendimento. O mesmo vale para os que seguem títulos prefixados e indexados à inflação de renda fixa, ou até de criptomoedas.

A possibilidade de investir em diversas classes de ativos de forma simplificada —ou seja, sem precisar alocar recursos diretamente em cada uma das 61 empresas do Ibovespa, por exemplo, ou em criptomoedas a partir de corretoras especializadas— pode estar por trás do aumento da adesão dos brasileiros ao segmento.

“Um ETF implica estar exposto a diversos ativos de uma vez, em vários setores que o investidor queira acessar. É uma forma bastante interessante de diversificar a carteira, e cômoda também, especialmente para quem não quer ficar acompanhando a variação de cada ativo dentro de cada índice todos os dias”, diz Papini.

O especialista também destaca a transparência dos ETFs como uma vantagem ao investidor. Diferentemente de um fundo de investimento tradicional, no qual as decisões de aporte ficam a cargo dos gestores, a composição dos fundos de índice é conhecida desde o princípio.

“Quando falamos de fundo de investimento, até dá para ter ideia do que está sendo comprado. As carteiras são abertas de três em três meses, os gestores escrevem cartas aos clientes explicando as movimentações… Mas, com os ETFs, sabemos exatamente quais são os ativos negociados ali.”

Para Caio Fasanella, diretor e chefe de investimentos da Nomad, há ainda outra diferença vantajosa entre os ETFs e os fundos tradicionais: a mobilidade.

“Os ETFs são negociados em Bolsa, o que traz muito mais flexibilidade e versatilidade para o investidor. Ele permite mais mobilidade, liquidez e liberdade para montar e desmontar posição, o que, em um fundo tradicional, acaba sendo mais restrito”, afirma.

Ele destaca também o baixo custo, especialmente nas taxas de administração cobradas pelas instituições. Os ETFs são de “gestão passiva”, e isso significa que, por seguirem um determinado índice, não precisam de um acompanhamento tão estratégico e robusto como os fundos tradicionais, administrados de forma “ativa” por gestores especializados.

“É comum que fundos multimercado cobrem uma taxa de administração de 2% e outra de 20% sobre a performance, enquanto os ETFs cobram taxas muito mais baixas por não exigirem uma estrutura tão robusta, já que eles necessariamente acompanham um índice predeterminado. O BOVA11 [que acompanha o Ibovespa], por exemplo, cobra 0,1%”, diz Fasanella.

Mas, como todo investimento, os ETFs não estão isentos de risco. O principal, segundo os especialistas, é o de mercado —isto é, que o setor em que se investe passe por turbulências, a exemplo do que ocorreu com os índices norte-americanos neste início de ano.

O governo e as políticas tarifárias de Donald Trump levaram Wall Street a semanas de forte volatilidade, resultando em perdas acumuladas de 11,53% no Nasdaq Composite, 7,8% no S&P 500 e 7,5% no Dow Jones nos primeiros cem dias de mandato. Os dados são da consultoria Elos Ayta.

Outro setor volátil é o de criptomoedas. No Brasil, o principal ETF nessa categoria é o HASH11, da corretora Hashdex, composto por bitcoin (com 78% da alocação), ethereum (8%), XRP (6%), solana (4%) e outras moedas de menor participação.

O fundo teve alta de mais de 12% em abril, mas, desde o início do ano, perdeu 15,82% de rentabilidade.

“No fim, a classe importa muito. O ETF está sempre exposto ao risco daquele ativo que ele está espelhando, e isso vale para o ouro, para bitcoin, para títulos do Tesouro dos Estados Unidos, para títulos prefixados no IPCA… A decisão de investir em um ETF necessariamente passa pelo perfil do investidor”, afirma Fasanella.

Outro risco inerente aos ETFs é o de liquidez. Quanto menor o fundo, mais vulnerável ele estará a choques de oferta e demanda, já que as cotas são negociadas em Bolsa. “Eles estão sujeitos, no fim, a ter pessoas querendo comprar. Os ETFs não são negociados obrigatoriamente em relação ao valor patrimonial do fundo, então tamanho e liquidez são métricas importantes de eficiência”, diz o especialista da Nomad.

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