Os EUA e a Arábia Saudita anunciaram acordos no valor de US$ 600 bilhões (R$ 3,4 trilhões) em inteligência artificial, defesa e outros setores nesta terça-feira (13), enquanto o presidente Donald Trump iniciava a primeira etapa de sua turnê de negociações por três nações do Golfo rico em petróleo.
Os acordos incluíram um compromisso da Humain, nova empresa estatal de IA da Arábia Saudita, para construir infraestrutura de IA no reino usando “centenas de milhares” dos chips mais avançados da Nvidia nos próximos cinco anos.
Isso tornaria o acordo um dos maiores pedidos de chips de IA por uma empresa estatal, destacando a escala das ambições do príncipe herdeiro Mohammad bin Salman de posicionar a Arábia Saudita como um centro global de IA e impulsionando o desejo da Nvidia de construir infraestrutura de “IA soberana” em todo o mundo.
A primeira fase do investimento da Humain envolverá a implantação de 18 mill dos mais recentes servidores “Blackwell” da Nvidia, informou a empresa.
Os acordos foram firmados enquanto Trump busca garantir negócios e promessas de investimento no valor de mais de US$ 1 trilhão (5,7 trilhões) em sua viagem ao Golfo, que também incluirá paradas no Catar e nos Emirados Árabes Unidos.
Os aliados tradicionais dos EUA possuem fundos soberanos que coletivamente administram mais de US$ 3 trilhões e todos declararam suas ambições de investir pesadamente em IA.
Muitos dos executivos de tecnologia mais poderosos dos EUA também estavam em Riade, incluindo Elon Musk, Sam Altman da OpenAI e o CEO da Nvidia, Jensen Huang, enquanto a Arábia Saudita sediava um fórum de investimentos luxuoso. Importantes financistas, incluindo Larry Fink da BlackRock, Stephen Schwarzman da Blackstone e Janet Fraser do Citigroup, também participaram.
As empresas de tecnologia dos EUA têm buscado cada vez mais o Golfo, que administra alguns dos maiores e mais ativos fundos soberanos do mundo, para levantar capital e atrair investimentos.
Os estados do Golfo, por sua vez, veem a IA como parte crítica de seus planos para diversificar suas economias para além do petróleo e desenvolver novas indústrias, esperando aproveitar seus abundantes recursos energéticos e a força financeira de seus fundos soberanos.
Isso ocorre enquanto o governo Trump, na semana passada, descartou uma regra da era Biden que teria feito com que a Arábia Saudita, junto com dezenas de outros países, incluindo Índia e Cingapura, enfrentasse limitações em suas compras dos chips de IA mais poderosos projetados nos EUA.
Riad lançou a Humain, que será presidida pelo príncipe Mohammed e pertencerá ao Fundo de Investimento Público, o fundo soberano de US$ 940 bilhões (R$ 5,3 trilhões), para orientar sua estratégia e investimentos no setor na segunda-feira (12), um dia antes da chegada de Trump.
