As carnes, com exportações recordes, trouxeram R$ 53 bilhões para dentro do país com as vendas externas de janeiro a abril. A demanda ainda aquecida e o aumento dos preços médios internacionais renderam US$ 9,1 bilhões no quadrimestre, 21% a mais do que em igual período do ano passado. O volume exportado foi de 3,3 milhões de toneladas, 11,5% a mais do que em 2024.
Mais mercados e volumes maiores nas vendas externas colocam as carnes mais próximas da soja. Há uma década, as exportações do primeiro quadrimestre das proteínas animais representavam 28% das de soja em grão. Neste ano, as carnes já atingem 62% das receitas obtidas pela oleaginosa no exterior.
A grande responsável pela evolução, tanto da soja como das carnes, foi a China, mas a proteína animal avança e ganha novos mercados com boa representatividade. Os chineses gastaram US$ 2,5 bilhões no país neste ano para adquirir 653 mil toneladas de carne bovina, suína e de frango. As importações chinesas representaram 27% das receitas obtidas pelo Brasil com essas carnes.
A participação do país asiático na soja é mais concentrada e chegou a 74%.O mercado importador de carnes do Brasil é mais disseminado. Os cinco principais importadores, incluindo a China, ficam com 49% do produto brasileiro, e estão espalhados por várias regiões.
A China ainda é o grande mercado. Os Estados Unidos, no entanto, vêm ocupando posição de destaque nesse ranking, principalmente com a compra de carne bovina. Assumiram o segundo posto, e gastaram US$ 748 milhões no primeiro quadrimestre. A Arábia Saudita, devido à compra de carne de frango, ocupa a terceira posição, seguida de União Europeia e Chile, quando considerado o total das três carnes.
As vendas externas de carne bovina subiram para 950 mil toneladas de janeiro a abril deste ano, 13,5% a mais do que no ano passado, e as receitas foram para US$ 4,55 bilhões, conforme dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes).
As exportações de carne de aves atingem 1,86 milhão de toneladas, e renderam US$ 3,49 bilhões, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). As vendas externas de carne suína, com ritmo mais acelerado do que o das outras, somou 466 mil toneladas no quadrimestre, com receitas de US$ 1,09 bilhão.
O aumento das receitas se deve também aos preços externos, que estão mais favoráveis neste ano. A tonelada de carne bovina foi negociada, em média, por US$ 5.021 no mês passado, 11% a mais do que em abril de 2024, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A suína subiu para US$ 2.482, com alta de 8%, e a de aves, para US$ 1.827, com 1,2% de variação sobre os preços do mesmo mês do ano passado.
Apesar do avanço das carnes em vários mercados, os da Ásia são os que mais crescem. Há uma década, a Ásia importava apenas 48 mil toneladas de carnes do Brasil nos quatro primeiros meses do ano. Em 2025, foram 297 mil, com gastos de US$ 726 milhões.
As importações asiáticas começaram com força pela China, após a ocorrência de sérios problemas sanitários no país. Primeiro, devido à gripe aviária. Depois, ocorreu a peste suína africana, doenças que obrigaram o país a procurar o Brasil.
Enquanto a China recompõe a produção e diminui as importações de algumas carnes do Brasil, outros países da região aumentam. Entre eles, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Filipinas e Malásia.