A inflação dos EUA caiu para 2,3% em abril, mês em que Donald Trump impôs suas tarifas globais, enquanto o presidente americano mantém pressão sobre o Fed (Federal Reserve, banco central americano) para cortar as taxas de juros.
O índice anual de preços ao consumidor divulgado nesta terça-feira (13) pelo Departamento do Trabalho ficou abaixo das expectativas dos analistas pesquisados pela Bloomberg, que previam que a inflação permaneceria na taxa de 2,4% de março.
Embora Trump tenha reduzido muitas das tarifas que anunciou em 2 de abril —incluindo esta semana com a China— economistas alertam que a maior parte do impacto das taxas de importação ainda não foi sentida, com autoridades do Fed prevendo novos aumentos nas pressões de preços.
O Yale Budget Lab, uma organização de pesquisa universitária, disse na segunda-feira (12) que, devido às tarifas, o consumidor americano médio pagará US$ 2.800 (R$ 15,9 mil)a mais por produtos este ano do que em 2024.
O Fed, que manteve as taxas na faixa de 4,25% a 4,5% por seis meses, se reúne novamente em junho.
Trump tem pressionado fortemente Jay Powell para reduzir os custos de empréstimos, acrescentando na semana passada que lidar com o presidente do Fed era como “falar com uma parede”.
Após a divulgação dos dados, os futuros das ações americanas subiram ligeiramente, com contratos acompanhando o S&P 500 em alta de 0,2%. Os rendimentos dos títulos do Tesouro tiveram pouca alteração após os números.
A taxa de inflação subjacente, que exclui mudanças no preço de alimentos e produtos energéticos, permaneceu em 2,8% em abril, disse o BLS.
O alvo de inflação preferido do Fed não é o CPI, mas o PCE (Índice de Despesas de Consumo Pessoal), que caiu para 2,3% em março, mas permaneceu acima da meta de 2% do banco central.