Olímpia é uma cidade de 55 mil habitantes a cerca de 500 km de São Paulo que se tornou conhecida pelos parques aquáticos e estâncias termais. O sucesso turístico despertou, contudo, uma rixa com sua vizinha São José do Rio Preto, que recebe voos comerciais.
Ambas travam uma disputa, que já mobiliza caciques de peso da política em Brasília e São Paulo. Isso porque a pequena Olímpia quer construir seu próprio aeroporto.
A Secretaria de Aviação Civil deu sinal verde para o empreendimento, mas as licenças ambientais —concedidas pelo governo estadual— não saem.
O projeto estava parado. Líderes do PSD e do Republicanos, partido do governador, Tarcísio de Freitas, e do secretário de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, operaram para que o empreendimento de Olímpia não avançasse.
Nesta quarta (14), o jogo mudou. O prefeito de Olímpia, Eugenio Zuliani (UB), sancionou um projeto de lei que permite cassinos instalados em complexos turísticos.
A medida antecipa a eventual aprovação do projeto de lei federal que autoriza cassinos, bingos e outros jogos de azar. Hoje, ele está parado no Senado, depois de ter sido aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, e aguarda votação pelo plenário.
Essa manobra legislativa do município reacendeu o interesse de grupos chineses interessados no negócio. Pessoas envolvidas nas negociações afirmam que, caso prospere, haverá pressão para que o aeroporto de Olímpia saia do papel.
Para São José do Rio Preto, que teve seu aeroporto concedido à iniciativa privada há três anos, isso é uma ameaça. As duas cidades estão a menos de 80 km de distância.
Rio de Janeiro e Florianópolis eram tidos como locais certos para instalação desses empreendimentos em resorts. Não se conhecia até o momento o terceiro candidato.
Com Diego Felix
