De cada 100 frangos produzidos no Brasil em 2024, 35 foram vendidos para outros países. Os dois terços restantes são consumidos pelo mercado interno.
Os dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) apontam que, em 2024, a produção total de frango no país atingiu 14,97 milhões de toneladas. Desse volume, 5,29 milhões de toneladas foram exportados. A receita obtida com as exportações foi de US$ 9,93 bilhões, um crescimento de 1,34% em valor e de 2,96% em volume, em comparação com 2023.
A China é a maior compradora de frango do Brasil, respondendo sozinha por 10,5% das importações em 2024, quando recebeu 562 mil toneladas. O país é seguido pelos Emirados Árabes Unidos (455 mil toneladas), Japão (443 mil toneladas), Arábia Saudita (370 mil toneladas) e África do Sul (325 mil toneladas).
Se consideradas as regiões, a Ásia é a que mais compra frango brasileiro, respondendo por 31,8% das importações em 2024. O segundo bloco que mais consome o alimento é o Oriente Médio (30,6%). Depois, vêm África (18,7%), América do Norte (10,8%) e União Europeia (4,5%).
Segundo os dados da ABPA, os cortes de frango são os produtos mais vendidos aos estrangeiros, sendo 74,45% das exportações totais. O frango inteiro representa 20,22%, enquanto os produtos industrializados e salgados equivale a 5,32% das vendas no Exterior.
A região Sul do Brasil, onde agora surgiu o foco de gripe aviária, lidera as exportações de carne de frango. Em 2024, o Paraná respondeu por 2,17 milhões de toneladas (42,1%) da produção nacional, seguido por Santa Catarina, com 1,17 milhão de toneladas (22,6%) e Rio Grande do Sul, com 692 mil toneladas (13,4%). Juntos, os três estados responderam por 78,2% das exportações nacionais.
As importações de proteína de frango brasileira por China e União Europeia estão suspensas pelos próximos 60 dias, por causa da confirmação, nesta sexta-feira (16), do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade em uma criação comercial, de acordo com o ministro Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária). O caso ocorreu em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Um relatório produzido nesta semana pelo Ministério da Agricultura apontou que o atual modelo de criação de aves no Brasil é vulnerável a sérios problemas de saúde animal. O texto também destaca riscos sanitários e ambientais que podem facilitar o surgimento e a disseminação de doenças, como a gripe aviária.
A Folha teve acesso ao documento, que acaba de ser concluído pelo Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério. O relatório mostra que, atualmente, existe um vácuo legal provocado pela falta de uma norma nacional que aponte regras sobre o bem-estar de aves na produção, o que seria um campo fértil para a influenza aviária.