/ May 17, 2025

Dólar e Bolsa hoje (16); acompanhe as cotações – 16/05/2025 – Mercado

O dólar abriu em leve baixa nesta sexta-feira (16), a caminho de fechar a semana em alta, à medida que os investidores seguem de olho em novidades sobre as negociações comerciais dos Estados Unidos com parceiros, enquanto aguardam dados econômicos da maior economia do mundo.

Às 9h04, o dólar caía 0,16%, a R$ 5,6714. Nesta quinta-feira (15), a moeda americana fechou com um forte avanço de 0,83%, cotado a R$ 5,679.

No mesmo dia, a Bolsa brasileira voltou a atingir um novo recorde, fechando com um avanço de 0,65%, a 139.334 pontos. Na máxima do dia, atingiu 139.408 pontos. O recorde de fechamento anterior era o da última terça-feira (13), quando chegou aos 138.963 pontos. Já o recorde intradiário permanece sendo os 139.418 pontos que registrou na terça.

O pregão teve como pano de fundo os comentários do presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), Jerome Powell, sobre inflação e uma série de dados econômicos mais fracos dos Estados Unidos, com as questões tarifárias ainda em foco. As incertezas com o cenário externo beneficiaram países emergentes como o Brasil, uma vez que o apetite ao risco aumenta, ampliando a vinda de recursos para cá.

Os rumores de um aumento de gastos públicos levantaram novas incertezas do mercado sobre o risco fiscal, mas não barrou o avanço do Ibovespa na sessão.

No meio da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou diminuir os ruídos, dizendo que o governo está preparando “medidas pontuais” para assegurar o cumprimento da meta fiscal, mas as declarações não foram suficientes para acalmar o mercado de câmbio.

Na perspectiva de Cândido Piovesan, trader da Mesa de Alocação da Nippur Finance, a entrada de capital estrangeiro, que já supera R$ 18 bilhões neste ano, e o bom desempenho das empresas brasileiras deram um suporte adicional ao Ibovespa, que “segue com espaço para novas máximas”.

“Esse cenário atrai investidores em busca de retornos mais altos, colocando a Bolsa brasileira em uma posição privilegiada no contexto global, ainda mais diante das incertezas econômicas nos Estados Unidos”, afirmou Piovesan.

O sinal positivo do índice foi puxado pela Vale e com BRF, enquanto Eletrobras pressionou negativamente após divulgar seu resultado do primeiro trimestre.

Novos ruídos envolvendo medidas fiscais também ocuparam as atenções no começo da tarde, chegando a enfraquecer o Ibovespa, mas o movimento perdeu força após Haddad afirmar que as medidas em preparação pelo governo são “pontuais” para assegurar o cumprimento da meta fiscal.

No entanto, as declarações não foram suficientes para conter a alta do dólar. Pouco depois das 14h20, em meio às especulações sobre um possível pacote, o dólar renovou máximas ante o real, com altas superiores a 1%.

“O apetite do investidor estrangeiro tem sido fundamental para levar o Ibovespa a novos recordes, enquanto o dólar reflete a cautela dos investidores locais frente ao ambiente doméstico”, disse Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Investimentos:

Desde quarta-feira (15), havia especulações na imprensa de que o governo poderia lançar medidas econômicas para melhorar a avaliação de Lula. Uma das propostas era reajustar o valor do Bolsa Família de R$ 600 para R$ 700 a partir de janeiro de 2026. O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, chegou a dizer que não havia estudo e nem proposta nesse sentido.

Em meio ao estresse, Haddad também negou haver estudo ou pedido no governo sobre eventual aumento de valor dos benefícios do Bolsa Família.

“As únicas medidas que estão sendo preparadas para levar ao conhecimento do presidente [Lula], que seria hoje [quinta], mas em função do falecimento do Mujica [ex-presidente do Uruguai] passou para semana que vem, são medidas pontuais para o cumprimento da meta fiscal”, disse em entrevista a jornalistas nesta quinta na sede da Fazenda, em Brasília.

O governo se comprometeu a alcançar uma meta de déficit primário zero neste ano e um superávit de 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2026, mas poderá entregar um resultado negativo em até R$ 31 bilhões.

“Estamos identificando onde estão alguns gargalos, alguns problemas, tanto do ponto de vista da despesa quanto da receita. E vamos apresentar para o presidente. Não dá nem para chamar de pacote, porque são medidas pontuais”, disse Haddad.

O tema atraiu a atenção de agentes do mercado porque um reajuste no Bolsa Família geraria impacto fiscal e elevação da dívida pública. Apesar de o ministro vir a público para contornar ruídos, deixando claro que não existem planos de aumento de gastos, os temores do mercado seguiram trazendo um viés altista para a moeda.

Segundo profissionais do mercado, os agentes preferiram se apegar aos ruídos que às falas de Haddad. Às 15h15, já após os comentários do ministro, o dólar marcou a cotação máxima de R$ 5,697.

O avanço do dólar no Brasil esteve na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedeu ante boa parte das demais divisas, em reação a dados fracos do varejo norte-americano divulgados mais cedo.

Segundo, Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, qualquer sinalização de piora no cenário fiscal vai gerar uma nova pressão sobre o dólar. “Se tudo ficar constante, a gente pode ter um comportamento estável do dólar nas próximas semanas”, disse.

“As declarações do ministro ligaram o alerta de risco versus prêmio, pois o mercado teme aumento de impostos ou medidas que piorem a questão fiscal”, afirmou Rodrigo Miotto, gerente de câmbio da Nippur Finance.

“Além disso, o ministro não detalhou quais medidas podem ser adotadas, então o mercado também aguarda esse detalhamento”, disse Luciano Carvalho, CEO do Banco Moneycorp.

Pela manhã, o mercado reagiu aos comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, que afirmou que as autoridades acreditam que precisam reconsiderar os principais elementos relacionados a empregos e inflação em sua atual abordagem de política monetária.

“Podemos estar entrando em um período de choques de oferta mais frequentes e potencialmente mais persistentes, um desafio difícil para a economia e para os bancos centrais”, disse Powell.

“O ambiente econômico mudou significativamente desde 2020, e nossa revisão refletirá nossa avaliação dessas mudanças.”

“O discurso de Powell reforçou a ideia de que os juros americanos ficarão altos por mais tempo. Isto tende a fortalecer o dólar e diminui o apetite global por moedas emergentes”, disse Miotto, da Nippur Finance.

Os investidores também seguiram à espera de novidades sobre as negociações comerciais do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, com parceiros comerciais, ainda demonstrando otimismo depois que os americanos fecharam um acordo tarifário com o Reino Unido e alcançaram uma trégua com a China.

Na frente de dados, o governo norte-americano informou que as vendas no varejo tiveram alta de 0,1% em abril, em dado acima do esperado, mas desacelerando em relação ao ganho de 1,7% em março.

As estimativas de economistas consultados pela Reuters variavam de um declínio de 0,6% a um ganho de 0,4%. As vendas no varejo têm oscilado neste ano em meio à política tarifária de Trump.

Também foi divulgado nesta quinta o índice de preços ao produtor nos Estados Unidos (PPI, na sigla em inglês), que teve queda inesperada em abril, uma vez que o custo dos serviços teve o maior recuo desde 2009, pressionado pela demanda fraca por viagens aéreas e acomodações em hotéis.

O índice caiu 0,5% no mês passado, depois de estabilidade em março, segundo o Departamento do Trabalho americano. Economistas consultados pela Reuters previram alta de 0,2% do índice.

“O dia foi marcado por forte influência do cenário internacional. Isso tudo contribuiu para a volatilidade do real frente ao dólar, com os mercados emergentes, incluindo o Brasil, sentindo mais intensamente esses movimentos”, disse Lucélia Freitas, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

A política comercial protecionista de Trump, a repressão à imigração, bem como as afirmações de que o Canadá é um “estado americano” e o desejo de adquirir a Groenlândia contribuíram para uma queda acentuada nas viagens turísticas, prejudicando as vendas de passagens aéreas e as reservas de hotéis.

Já no mercado de trabalho, o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego permaneceu inalterado em 229 mil na semana passada, informou o governo, mas as oportunidades de emprego estão se tornando mais escassas para aqueles que estão desempregados.

Os pedidos têm ficado em uma faixa de 205 mil a 243 mil neste ano, o que é consistente com um nível historicamente baixo de demissões.

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