/ May 17, 2025

Gripe aviária no Brasil é nova etapa do vírus, diz FAO – 17/05/2025 – Mercado

A confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja no Sul do Brasil, no município de Montenegro (RS), marca uma nova etapa da vírus no país, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

Em comunicado publicado em seu site por volta das 14h deste sábado (17), a entidade diz que a propagação da doença segue caminho comum de aves migratórias e representa ameaça à saúde animal, gerando “preocupação crescente pelo seu potencial de transmissão de aves vivas para seres humanos”.

Além disso, há “impactos nos sistemas alimentares, na biodiversidade e na saúde pública”, diz o órgão.

Segundo a FAO, o caso está sendo acompanhado com atenção desde que ocorreu a confirmação da doença pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), na sexta-feira (16), quando se confirmou o primeiro foco de (IAAP) influenza aviária de alta patogenicidade no país.

A organização diz que, desde 2022, mais de 4.700 surtos de gripe aviária altamente contagiosa foram notificados na América Latina e no Caribe, afetando aves de criação, aves migratórias, mamíferos marinhos e até mesmo animais de estimação.

A propagação segue o curso natural das aves que migram, em rotas entre o Canadá e a Terra do Fogo, Chile, Sul da América.

No comunicado, Jorge Meza, representante da FAO no Brasil, acalma os brasileiros afirmando que o consumo de carne de ave e ovos continua sendo seguro, em especial quando bem cozidos, e diz que o risco de infecção humana permanece baixo.

Ele chama a atenção, no entanto, para a necessidade de fortalecer os sistemas de vigilância e segurança sanitária nos países.

“Os avanços recentes da gripe aviária reforçam a urgência de fortalecer os sistemas nacionais de vigilância, biossegurança e resposta rápida, com atenção especial aos pequenos e médios produtores”.

Segundo dados da organização, em 2023 e 2024, a FAO colaborou na contenção de mais de 440 surtos de doenças transfronteiriças, incluindo a gripe aviária, em mais de 50 países, trabalho que segue sendo realizado.

A organização diz ainda que, nos últimos meses, Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru e Porto Rico também anunciaram casos de gripe aviária.

“É fundamental um trabalho coordenado entre todos os países da região para conter a propagação do surto ao longo do continente. Somente por meio de uma ação conjunta e contínua será possível proteger a saúde animal, salvaguardar a saúde pública e fortalecer a resiliência dos sistemas agroalimentares”, diz o texto.

O foco da doença em granja do Sul levou a embargos da compra do frango brasileiro por quase dez países, incluindo China, Argentina, Chile e Uruguai.

Em conjunto, esses mercados foram responsáveis por US$ 2,2 bilhões em compras de frango e ovos brasileiros em 2024. O valor representa 23% do total exportado pelo país no ano. O principal comprador é a China, com US$ 1,2 bilhão (13% do total).

O caso foi detectado no município gaúcho de Montenegro, no Rio Grande do Sul, com 64 mil habitantes, e é o primeiro foco da doença registrado em sistema de avicultura comercial no país.

O ministro Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) decretou emergência zoossanitária por 60 dias na cidade, em um raio de dez quilômetros ao redor do estabelecimento onde foi encontrado o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade.

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