/ May 19, 2025

As Copas nacionais têm o poder de engrandecer os pequenos – 19/05/2025 – O Mundo É uma Bola

Wembley, em Londres. Final da Copa da Inglaterra (FA Cup), a competição mais antiga do futebol, iniciada no século retrasado, em 1871.

Em campo, no sábado (17), de um lado o grandioso e tradicionalíssimo Manchester City, fundado em 1880, campeão de seis das oito mais recentes Premier League, a divisão de elite do Campeonato Inglês, em busca de sua oitava FA Cup.

Comandado pelo espanhol Pep Guardiola, 54, ex-Barcelona, em Bayern de Munique, megavitorioso e tido como um dos melhores técnicos do planeta.

Recheado de atletas com Copa no Mundo no currículo, como De Bruyne, Rúben Dias, Akanji, Bernardo Silva, Gvardiol e Doku, para citar apenas os que começaram a decisão no time titular.

Com seu uniforme azul-celeste e um elenco avaliado em mais de 1,3 bilhão de euros (R$ 8,3 bilhões). Só o superartilheiro Haaland, 24, seu camisa 9, vale 200 milhões de euros.

Do outro lado, o modesto Crystal Palace, jamais campeão de um torneio de primeira linha em seus quase 120 anos de história.

Dirigido pelo austríaco Oliver Glasner, 50, com passagens pela Bundesliga de seu país (Ried e LASK), pela Bundesliga alemã, no Wolfsburg e no Eintracht Frankfurt, respeitado por levar o segundo à conquista da Liga Europa em 2022.

Com somente dois jogadores com experiência de Copa do Mundo, o meia japonês Kamada e o atacante senegalês Sarr, muito distantes de serem estrelas do ludopédio.

Com seu uniforme vermelho e azul e um elenco avaliado em 441 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões), o que não é pouco, mas é um terço do plantel do adversário.

Em uma partida amplamente dominada pelo Man City, na qual o goleiro Henderson fez pelo menos quatro defesas difíceis, além de defender um pênalti, o Crystal Palace, com um gol do camisa 10 Eze, 26, em um dos raros ataques da equipe londrina, ganhou por 1 a 0 e atingiu sua maior –e única– glória.

Pela tamanha diferença dos elencos, técnica e financeira, uma vergonha para o bilionário clube de Manchester.

As copas nacionais, disputadas em sistema mata-mata (eliminatório) têm esse poder, o de engrandecer os pequenos. Não é sempre, mas ocorre bem mais do que nos campeonatos nacionais (pontos corridos), cujos títulos muito raramente saem das mãos dos grandes –estes, quando ganham uma copa nacional, não desfrutam o mesmo sabor, já que ela não é a meta primordial.

Mantendo o olhar na Inglaterra, neste século a FA Cup ficou com Leicester (2021), o Wigan (2013) e o Portsmouth (2008), todos nanicos na comparação com agremiações como Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester United.

Porém não é só lá que acontece. Três dias antes da final da FA Cup, decidiu-se a Copa da Itália. O portentoso Milan, segundo maior campeão da Liga dos Campeões da Europa, contra o modesto Bologna.

No estádio Olímpico de Roma, 1 a 0 para o Bologna, gol do atacante suíço Ndoye. Havia mais de 50 anos, desde 1974, quando campeão da mesma Copa, o clube não faturava um título relevante.

Nesta temporada, a zebra pode dar as caras ainda na decisão da Copa da França, com o Stade de Reims (que luta contra o rebaixamento no Campeonato Francês) enfrentando o campeão Paris Saint-Germain, e na final da Copa Alemanha, com o Arminia Bielefeld (campeão da terceira divisão, jamais vencedor de uma taça importante e fundado em 1905, como o Crystal Palace) tentando surpreender o Eintracht Frankfurt, terceiro colocado na primeira divisão.

No Brasil, a Copa foi a oportunidade de algum pequeno dar as caras, já que no Campeonato Brasileiro, desde que a competição passou a ser em pontos corridos (2003), sempre um grande (e sempre de SP, RJ ou MG) triunfou.

Ganharam a Copa do Brasil, que teve sua primeira edição em 1991, Criciúma, Juventude, Santo André e Paulista de Jundiaí. Na edição deste ano, que ruma para as oitavas de final, uma dúzia de surpresas ainda está no páreo, entre as quais o Retrô (Pernambuco), o Brusque (Santa Catarina), o Maracanã (Ceará) e o Aparecidense (Goiás).

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