A Wizard, companhia que integra o grupo Pearson Education, acionou a Justiça paulista contra Carlos Wizard, seu fundador, acusando o empresário de concorrência desleal com o Mr. Wiz, sua nova rede de idiomas.
No processo, a Wizard alega, por exemplo, que o empresário estaria copiando a identidade visual da escola com o objetivo de confundir os consumidores.
Quando inaugurado, há dois anos, o colégio de Carlos Wizard adotava as mesmas cores (azul, branco e vermelho) e uma tipologia semelhante para os prédios.
A Wizard também afirma que até as peças de propaganda seriam as mesmas, cujo objetivo era dar a impressão de que a Mr. Wiz é uma marca derivada da companhia. Carlos vendeu a Wizard para a Pearson em 2013 por quase R$ 2 bilhões.
“Ao associar-se indevidamente à marca Wizard, a Mr. Wiz consegue um prestígio e credibilidade que demorariam anos e vultoso investimento para obter, captando clientes que, na verdade, pensaram estar se vinculando à rede Wizard”, disse a rede de idiomas na ação.
A companhia pede que a concorrente seja proibida de imitar seu nome e identidade visual, além do pagamento de R$ 1 milhão como indenização.
O mérito do processo ainda não foi julgado.
Estamos em campos opostos, diz empresário
Ao Painel S.A., Carlos Wizard disse que a proposta pedagógica da Mr. Wiz, as atividades e o público-alvo são opostos aos da Wizard.
Ao invés de atuar somente como uma rede de idiomas, a Mr, Wiz se dedica à educação financeira, empreendedorismo, inteligência emocional e liderança, utilizando o inglês para ensinar essas habilidades, voltada prioritariamente para crianças e jovens de 7 a 17 anos.
Carlos Wizard afirmou que, de fato, a Mr. Wiz utilizava as mesmas cores quando foi lançada. O padrão adotado era o das bandeiras dos EUA e do Reino Unido. Diz que não existia relação direta com a Wizard.
Atualmente, a marca adota o lilás, preto, cinza e branco como padrão visual. Segundo o empresário, a mudança foi feita para se diferenciar das concorrentes do mercado, já que as principais companhias de ensino utilizam as mesmas cores como prática —azul, branco e vermelho.
Para ele, a Pearson busca “proteção sobre elementos genéricos e de uso comum”.
“Essa ação da Pearson é, na minha visão, uma tentativa de limitar minha liberdade de empreender, com 30 anos de experiência e contribuição no setor educacional do Brasil”, disse Wizard à coluna.
O empresário afirma que já houve uma decisão judicial em que lhe foi concedido o direito de uso do sobrenome e de ser sócio ou dono de escolas de ensino em geral, tema que seria suficiente para encerrar a discussão. As marcas Mr. Wiz e Mister Wiz, segundo ele, possuem registro no Inpi desde 2014.
“O que está por trás disso é uma tentativa de sufocar a minha livre iniciativa, de barrar um projeto que busca formar jovens líderes e empreendedores. Estou convicto que minha missão é continuar trabalhando por uma educação mais moderna e inovadora na formação de crianças de jovens de nosso país”, afirmou o empresário.
Com Diego Felix e Stéfanie Rigamonti
