/ May 20, 2025

Escândalo da água Perrier da Nestlé: governo francês sabia – 19/05/2025 – Mercado

O governo francês encobriu, “no mais alto nível”, um escândalo sobre o tratamento da água mineral por parte da gigante de alimentos Nestlé, incluindo a icônica marca Perrier, lançada em 1898, conforme apontou uma investigação do Senado divulgada nesta segunda-feira (19).

Nos últimos anos, o conglomerado suíço esteve sob pressão em relação à Perrier e outras marcas, visto que as regras da União Europeia limitam estritamente os tratamentos permitidos em produtos comercializados como água mineral natural.

“Além da falta de transparência da Nestlé Waters, é importante destacar a falta de transparência do Estado, tanto em relação às autoridades locais e europeias, quanto em relação ao povo francês”, afirma o relatório do Senado.

O documento, resultado de uma investigação de seis meses feita pela Câmara Alta, aponta para uma “estratégia deliberada” de ocultação abordada durante uma “primeira reunião interministerial”, em 14 de outubro de 2021.

A Nestlé adquiriu a Perrier no início da década de 1990. Mas sua nova administração alegou, no final de 2020, ter descoberto o uso de tratamentos proibidos para água mineral em suas marcas Perrier, Hépar e Contrex.

A empresa entrou em contato com o governo para obter assistência e apresentou um plano para resolver o problema até meados de 2021.

Um ano e meio depois, as autoridades aprovaram um plano de transformação de suas instalações para substituir os tratamentos proibidos –ultra-violeta, carvão ativado– por microfiltração fina.

Mas este método pode privar a água mineral de suas características, contrariando o que a legislação europeia estipula para a água mineral natural.

“Apesar da fraude ao consumidor que a desinfecção da água representa”, as autoridades não tomaram medidas legais em resposta às revelações de 2021, enfatiza o relatório.

Segundo a comissão parlamentar, o gabinete do presidente Emmanuel Macron “sabia, pelo menos desde 2022, que a Nestlé estava trapaceando há anos.”

Alexis Kohler, então secretário-geral da presidência, se reuniu com executivos da Nestlé.

Em 2024, a Nestlé Waters admitiu ter usado filtros proibidos e tratamento ultravioleta em águas minerais. A empresa pagou uma multa de 2 milhões de euros (R$ 12,7 milhões, na cotação atual) para evitar ações legais.

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