A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) iniciará nos próximos dias uma campanha junto ao Congresso —e ao governo— pelo fim do monopólio das farmácias na venda de medicamentos que não exigem receita médica.
O movimento mira atrair mais consumidores para as redes, a exemplo do que ocorre nos EUA, onde os supermercados também vendem medicamentos “mais básicos”. Um dos argumentos é o de que, atualmente, até o iFood faz entrega de remédios.
Para reforçar o lobby, a Abras contratou uma pesquisa do Datafolha. O levantamento mostra que 74% da população brasileira —o equivalente a 118,3 milhões de pessoas—, concordam que, se os remédios que não exigem receita estiverem mais acessíveis e próximos, deixariam de manter estoques em casa.
Para a Abras, isso ajuda a evitar desperdícios. Com menos remédios armazenados, também cai o risco de vencimento e descarte incorreto. O consumidor passaria a comprar apenas quando necessário.
Atualmente, dois projetos de lei tramitam no Congresso sobre o assunto: um na Câmara (1.774/2019) e outro, no Senado (2.158/2023).
Como noticiou o Painel S.A., esse pleito se arrasta há um ano e enfrenta a resistência das grandes redes de farmácias. Na época em que o projeto do Senado foi apresentado, a Abrafarma (associação que representa o setor) disse ao Painel S.A. que a campanha dos supermercadistas demonstrava a “sordidez contra a saúde pública no Brasil”.
Com Diego Felix